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Coronavírus

Varíola dos macacos: Ministério da Saúde recebe primeira remessa de remédio contra doença

Tratamentos foram doados pela fabricante; por ora, orientação da pasta é de tratar apenas pacientes com quadro grave

26 ago 2022 - 13h51
(atualizado às 14h04)
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Mulher com lesões provocadas pela varíola dos macacos
Mulher com lesões provocadas pela varíola dos macacos
Foto: Reuters

O Ministério da Saúde informou ter recebido a primeira remessa do antiviral Tecovirimat para tratar casos graves da varíola dos macacos, nesta sexta-feira, 26. Os 12 primeiros tratamentos foram doados pela fabricante, a farmacêutica Siga Technologies. A pasta informou seguir em tratativas com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e com o laboratório para obter mais lotes.

Na quinta-feira, 25, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou por unanimidade a dispensa de registro para que a pasta importasse e utilizasse o medicamento. A dispensa temporária tem validade de seis meses, desde que não seja expressamente revogada pela Anvisa. Em seu voto, a diretora relatora Meiruze Freitas destacou que a liberação excepcional se dá para "conferir previsibilidade e agilidade ao acesso a produtos que podem salvar vidas e controlar os danos da monkeypox".

A Anvisa baseou sua decisão em relatórios de avaliação de agências sanitárias internacionais, da European Medicines Agency (EMA) e Food and Drug Administration (FDA). Segundo o órgão brasileiro, a cápsula de uso oral é indicada para adultos, adolescentes e crianças com peso mínimo de 13 kg.

Por ora, o tratamento será voltado aos pacientes com quadro grave da doença, conforme o Ministério da Saúde. Os critérios para elegibilidade ficarão a cargo do Centro de Operação de Emergências para Monkeypox (COE), que "segue os padrões internacionais de uso do medicamento", destacou a pasta, em nota.

"Vale lembrar que a autorização é para uso compassivo apenas em casos graves da doença. Os estudos de eficácia do medicamento ainda estão em curso", destacou o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, em publicação no Twitter.

De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde, cerca de 8% dos casos no mundo precisaram de internação hospitalar, e 0,1% em unidade de terapia intensiva (UTI). Conforme mostrou o Estadão, no Brasil, médicos têm recorrido à morfina e outros opioides para manejar a dor de pacientes com quadros graves.

Em seu voto, a diretora relatora explica que Tecovirimat age em uma encontrada na superfície do vírus. Essa interação impede que ele se reproduza normalmente, o que retarda a propagação da infecção.

Vacina

Na quinta, a Anvisa também aprovou a dispensa de registro para que o Ministério da Saúde importe a vacina Jynneos/Imvanex, para imunização contra a varíola dos macacos. O imunizante é destinado a adultos a partir de 18 anos.

O Estadão questionou se havia previsão para a chegada dos imunizantes e o ministério apenas disse que "segue em tratativas". Na última segunda-feira, a pasta informou esperar receber 50 mil doses da vacina adquiridas através do fundo rotatório da Opas. A previsão de chegada, inicialmente marcada para o fim deste mês, foi adiada para o início de setembro.

A baixa quantidade de doses, segundo afirmou o ministro da Saúde Marcelo Queiroga em coletiva de imprensa no dia 22, será totalmente destinada aos profissionais da saúde que lidam diretamente com pacientes e materiais infectados pelo vírus. "Essas 50 mil doses não têm o poder de controlar esse surto", admitiu.

Na quarta-feira, 24, a OMS informou que segue a não recomendar a vacinação em massa contra a doença no momento. A organização internacional recomenda "vacinação preventiva pós-exposição" dentro de quatro dias após a exposição ao vírus. E também de pré-exposição para pessoas com alto risco de exposição - que inclui, mas não se limita, a homens que fazem sexo com homens, que, por ora, representam mais de 95% dos casos com dados sobre oriuentação sexual.

Estadão
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