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Coronavírus

Weintraub: China escondeu gravidade para vender respiradores

Após ser criticado pela embaixada da China no Brasil, ministro da educação negou ter sido racista e acusou regime chinês de esconder informações sobre pandemia com objetivo de lucrar

6 abr 2020 - 12h53
(atualizado às 13h12)
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O ministro da Educação, Abraham Weintraub, negou que tenha cometido racismo contra o povo chinês após a embaixada chinesa repudiar declarações dele por uma postagem nas redes sociais. Nesta segunda-feira, 6, em entrevista ao programa do jornalista Luiz Roberto Datena, na Rádio Bandeirantes, Weintraub negou ter sido preconceituoso e atacou o governo chinês, afirmando que o país teria retido informações sobre a pandemia do novo coronavírus para agora vender respiradores e equipamentos de proteção individual, como máscaras, a preço de leilão, e condicionou um pedido de desculpas à venda de 1 mil respiradores da China para o Brasil.

"O governo da república chinesa, aonde começou o coronavírus, poderia ter alertado o mundo inteiro que ia faltar respirador. Que nós teríamos 3 meses para fazer respirador. Isso não foi feito. Agora, que estamos desesperados correndo atrás de respirador, o que é que acontece? Aparece 60 mil respiradores na China e eles estão leiloando. Aparece um monte de equipamento, de proteção, de máscara, e eles estão leiloando. Então assim, teve tempo deles se prepararem para vender para o mundo, pelo preço mais alto, respirador e máscara", disse Weintraub.

Abraham Weintraub, ministro da Educação
Abraham Weintraub, ministro da Educação
Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil / Estadão Conteúdo

O ministro também justificou o seu envolvimento em uma questão que envolve equipamentos hospitalares. Weintraub lembrou que o MEC é responsável por todos os hospitais universitários do Brasil, e disse precisar de 1 mil respiradores que estão em falta.

"Dado que a Embaixada chinesa ficou tão ofendida, e eu sei como é a negociação dos chineses, esse processo cultural, 'estou extremamente ofendido, venha pedir desculpas de joelhos aqui', (...) eu vou fazer o seguinte, meu acordo: Eu vou lá, eu peço desculpas, peço 'por favor, me perdoem pela minha imbecilidade'. A única coisa que eu peço é que dos 60 mil respiradores que estão disponíveis, eles vendam mil para o MEC, para salvar a vida de brasileiros, pelo preço de custo. Manda a embaixada colocar aqui nos meus hospitais, e eu vou lá à Embaixada e falo 'eu sou um idiota, me desculpem'", declarou.

Ainda durante a entrevista, o ministro afirmou que a China estaria "lucrando com tragédia" e insinuou o governo chinês, sabendo da gravidade da situação envolvendo o coronavírus, pode ter se beneficiado comercialmente.

"Conhecendo a cultura chinesa, se eles têm 60 mil já a disposição para leiloar, eles devem ter mais, porque se eles colocassem que tinham 120 mil, o preço do leilão seria mais baixo. Conhecendo o jeito, eu já fui muitas vezes, sei como é a negociação, sei como é o processo, eu era do mercado financeiro", disse.

No sábado, Weintraub usou uma imagem de Cebolinha, da Turma da Mônica, criada por Maurício de Sousa, na Muralha da China. Substituindo o "r" pelo "l", ele fez referência ao modo de falar do personagem, para insinuar que se tratava dos chineses.

"Geopoliticamente, quem podeLá saiL foLtalecido, em teLmos Lelativos, dessa cLise mundial? PodeLia seL o Cebolinha? Quem são os aliados no BLasil do plano infalível do Cebolinha paLa dominaL o mundo? SeLia o Cascão ou há mais amiguinhos?", escreveu o ministro.

Quanto à postagem, especificamente, Weintraub negou que tenha cunho preconceituoso e disse não ser racista. O ministro pontuou que academicamente e durante sua vida profissional esteve na China várias vezes, mantendo sempre uma boa relação. "Não acho que foi um post tão pesado. Não xinguei nenhum chinês. Tenho um monte de amigos chineses e conheço a cultura chinesa.", afirmou. "Falar que eu sou racista é uma acusação que, se fosse um brasileiro, ia ter que provar na justiça, exatamente como alguns chamaram e vão ter que provar, porque é uma acusação grave."

"Eu me humilharia sem problema nenhum se fosse para salvar vida de brasileiros. Se não, não. Eles estão cantando muito de galo para quem está vendendo respirador, fazendo leilão pelo mundo por respirador e equipamento de segurança, que deu tempo de fabricar."

Estadão
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