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Coronavírus

Weintraub insinua que China sairá 'fortalecida' com a crise

'Quem são os aliados no Brasil no plano infalível do Cebolinha para dominar o mundo?', escreveu o ministro em postagem com imagem da Turma da Mônica na Muralha da China

4 abr 2020 - 13h12
(atualizado às 13h28)
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BRASÍLIA - O ministro da Educação, Abraham Weintraub, fez uma publicação irônica contra a China ao insinuar que o país asiático vai sair "fortalecido" da crise atual causada pelo coronavírus, apoiado por seus "aliados no Brasil".

"Quem são os aliados no Brasil do plano infalível do Cebolinha (personagem criado por Maurício de Sousa) para dominar o mundo?", questiona. Em sua postagem, o ministro usa uma imagem dos personagens da Turma da Mônica ambientada na Muralha da China e, substituindo a letra "r" pela letra "l", faz referência ao modo de falar de Cebolinha, para insinuar que se trata dos chineses.

Abraham Weintraub, ministro da Educação.
Abraham Weintraub, ministro da Educação.
Foto: Paulo Guereta / Agência O Dia / Estadão Conteúdo

"Geopoliticamente, quem podeLá saiL foLtalecido, em teLmos Lelativos, dessa cLise mundial? PodeLia seL o Cebolinha? Quem são os aliados no BLasil do plano infalível do Cebolinha paLa dominaL o mundo? SeLia o Cascão ou há mais amiguinhos?", escreve Weintraub.

Duas semanas atrás, o governo entrou em crise diplomática com a China, depois de o deputado federal Eduardo Bolsonaro publicar um tuíte em que acusou a China de ter escondido informações sobre o início da pandemia do coronavírus. "A culpa é da China e liberdade seria a solução", escreveu o deputado.

O embaixador chinês no Brasil, Yang Wanming, respondeu as acusações de Eduardo e exigiu a retirada imediata das palavras do deputado e um pedido de desculpas ao povo chinês. A página da Embaixada da China no Brasil também cobrou explicações. Um tuíte publicado afirmava que Eduardo, ao voltar dos Estados Unidos, contraiu um "vírus mental" que está "infectando a amizade" entre os povos.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o vice-presidente do Senado, Antonio Anastasia (PSDB-MG) pediram desculpas ao país asiático. O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, saiu em defesa de Eduardo e afirmou que a posição do deputado não reflete a do governo brasileiro. Declarou também que a reação de Wanming foi "desproporcional" e feriu "a boa prática diplomática", e que aguardaria uma retratação do embaixador da China.

Diante das críticas, Eduardo Bolsonaro publicou uma nota em que disse que jamais ofendeu o povo chinês e que o Brasil não quer problemas com o país asiático. "Jamais ofendi o povo chinês", escreveu Eduardo. "Esclareço que compartilhei postagem que critica a atuação do governo chinês na prevenção da pandemia, principalmente no compartilhamento de informações que teriam sido úteis na prevenção em escala mundial."

Dias depois, por causa da crise, o presidente Jair Bolsonaro e o presidente da China, Xi Jinping, conversaram por telefone. O brasileiro disse, em uma rede social, que o contato reafirmou os "laços de amizade" entre os países e tratou de ações sobre o coronavírus e ampliação do comércio.

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