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Covid: por que algumas pessoas não pegaram a doença?

Uma pesquisa europeia analisou o sistema imunológico de voluntários que nunca foram infectados para responder à questão

30 jun 2024 - 09h21
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Um estudo recente liderado por instituições com pesquisas na área da saúde, como o Instituto Wellcome Sanger e a University College London (UCL), apresentou novidades sobre o sistema imunológico humano em confronto com o vírus da Covid-19. Os pesquisadores propuseram um delineamento único ao expositorismo - ou seja, expuseram de propósito - de 36 voluntários saudáveis ao Sars-CoV-2, visando a compreensão da doença.

Estudo analisou resposta do sistema imunológico dos voluntários
Estudo analisou resposta do sistema imunológico dos voluntários
Foto: Canva / Perfil Brasil

O estudo, publicado na revista científica Nature na última quarta-feira (19), utilizou tecnologia de sequenciamento unicelular, analisando mais de 600 mil células para rastrear as respostas imunológicas dos participantes. Os voluntários não tinham histórico de Covid quando entraram em contato com o vírus, e apenas seis deles desenvolveram a doença.

A análise, portanto, focou em entender como que os outros 30 participantes não desenvolveram a doença, mesmo quando expostos ao Sars-CoV-2.

Os cientistas descobriram que os indivíduos não infectados apresentaram tipos de respostas imunes até então desconhecidas. Essas respostas, centradas nas células imunes no revestimento nasal, não seguem o padrão geralmente observado nas respostas imunológicas, revelando um novo aspecto da imunidade humana contra vírus, concentrada no canal nasal.

Isso porque os seis participantes que desenvolveram o Covid-19, apresentaram uma reposta imunológica rápida no sangue, mas lenta no nariz, permitindo o estabelecimento dele no local.

Como essas descobertas impactam as estratégias futuras contra a Covid-19?

Além de oferecer uma compreensão mais aprofundada da interação entre o sistema imunológico e o Sars-CoV-2, o estudo abre portas para novas abordagens no combate à Covid-19.

Com o conhecimento mais aprofundado sobre a reação imunológica do organismo ao Covid, há uma possibilidade de desenvolver vacinas que atuam estimulando respostas imunes inatas, oferecendo uma proteção mais rápida e eficaz que as vacinas já disponíveis no mercado.

Além disso, com a compreensão do processo nas células imunológicas, novos tratamentos podem ser desenvolvidos para fortalecer estas respostas inatas em pessoas susceptíveis.

Implicações futuras dessas descobertas

O professor Christopher Chiu, líder da equipe de pesquisa, comentou sobre a relevância do estudo. "Nossos resultados não só são fundamentais para o desenvolvimento de novas estratégias contra a Covid-19, como abrem novos caminhos para combatemos outras doenças infecciosas que poderão surgir", disse em entrevista à CNN.

A técnica utilizada no estudo oferece uma nova forma de pesquisa que pode acelerar a resposta científica em futuras emergências sanitárias, na criação de estratégias preventivas, vacinas e tratamentos.

*texto sob supervisão de Tomaz Belluomini

Perfil Brasil
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