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Daniel Haidar

Após acusação de chantagem, Romeu Zema sofre derrota na Assembleia Legislativa

Secretário de governo foi denunciado por exigir promessa gravada de voto para que coronel fosse nomeado chefe do Estado-Maior da PM

1 fev 2023 - 20h47
(atualizado em 2/2/2023 às 00h19)
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Romeu Zema, governador de Minas Gerais, e Jair Bolsonaro ao fundo
Romeu Zema, governador de Minas Gerais, e Jair Bolsonaro ao fundo
Foto: Reuters

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), começou o ano na ofensiva. Insinuou que o governo Lula fez “vista grossa” aos atentados terroristas em Brasília. E, sem nenhum deputado eleito do próprio partido, tentou eleger um parlamentar fiel a seu projeto de poder para a presidência da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Não deu certo.

Acabou eleito hoje para o comando do Legislativo o deputado estadual Tadeu Martins Leite (MDB), conhecido como "Tadeuzinho", que não teve adversários e prometeu manter independência ao governo estadual.

“Zema está muito ansioso com a próxima eleição presidencial. Ele tem legitimidade de querer se construir como alternativa. Mas erra na forma e no tempo, por questões infantis como essa coisa de insinuar que o governo federal facilitou invasão. Isso é coisa de moleque. Não é coisa de homem sério e estadista”, criticou o deputado estadual Cristiano Silveira (PT-MG). “A pretensão política é legítima, mas o interesse do estado tem que ser maior. Há um monte de coisa que precisa ser feita com o governo federal”, acrescenta.

O governador mineiro saiu derrotado na Assembleia Legislativa depois que seu secretariado entrou na disputa para eleger o ex-líder do governo, Roberto Andrade (Patriota), para o comando da ALMG.

A candidatura do aliado naufragou e o governo Zema tentou então turbinar a candidatura de Duarte Bechir (PSD) contra “Tadeuzinho”. Também não conseguiu e ainda deixou riscos jurídicos no caminho.

Isso porque, no afã de pedir votos para a chapa preferida por Zema, o secretário de governo, Igor Eto, acabou acusado de chantagear um oficial da Polícia Militar.

A acusação foi feita porque o coronel Marco Aurélio Zancanela do Carmo foi anunciado como o novo chefe do Estado-Maior da Polícia Militar, em nota oficial do Governo de Minas Gerais.

Só que depois da nomeação o coronel disse que foi procurado pelo secretário de governo e comunicado de que só assumiria o cargo se conseguisse uma gravação do deputado Cristiano Caporezzo (PL), em que este parlamentar se comprometesse a votar no candidato do governo Zema para a presidência da Assembleia Legislativa.

Caporezzo tinha indicado o coronel Zancanela para o novo cargo. Agora, deputados querem investigar o secretário de Zema pelo que consideram “extorsão”.

“Zema tentou emplacar um candidato que colocaria o Legislativo subordinado a ele. O jogo foi muito pesado, mas ele só colecionou derrotas”, diz Silveira (PT).

No topo da agenda legislativa de Zema está a tentativa de privatizar estatais mineiras, como a Cemig e a Copasa.

Fonte: Coluna do Daniel Haidar Daniel Haidar é jornalista. Foi editor da GloboNews, do JOTA e do Metrópoles. Trabalhou como repórter investigativo do El País Brasil, da revista ÉPOCA e da revista VEJA. Atuou também como repórter do jornal O Globo, do portal G1 e da rádio CBN. As opiniões do colunista não representam a visão do Terra.
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