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Daniel Haidar

Diplomatas suspeitam que Bolsonaro premeditou fuga para os EUA

Pouco antes de abandonar o mandato, ex-presidente colocou auxiliar de Michelle no comando de vice-consulado em Orlando

8 fev 2023 - 09h32
(atualizado às 10h25)
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O ex-presidente Jair Bolsonaro em evento político na Flórida, nos Estados Unidos
O ex-presidente Jair Bolsonaro em evento político na Flórida, nos Estados Unidos
Foto: Marco Bello

Três ações em cadeia do ex-presidente Jair Bolsonaro são citadas hoje por diplomatas como indícios de que ele premeditou uma fuga para os Estados Unidos, antes até de perder a eleição presidencial.

Fontes do Ministério das Relações Exteriores citaram à coluna que atualmente a criação do vice-consulado de Orlando, na Flórida, pode ser vista como uma ação planejada por Bolsonaro com motivações particulares. Essa repartição consular foi inaugurada em junho do ano passado. Já havia quem defendesse essa medida no Itamaraty, pelo alto número de brasileiros na região. Mas, vista em retrospecto pelos diplomatas, essa inauguração ganhou novas interpretações. Isso porque, como se sabe hoje, Bolsonaro não parou por aí.

Depois da criação do consulado, o governo Bolsonaro promoveu, em tempo recorde e furando a fila de cerca de 200 candidatos, a diplomata Marcela Braga para o cargo de conselheira do Itamaraty, o 3º mais alto da carreira diplomática.  Até aí seria só mais um caso de ascensão meteórica no serviço público. Só que Marcela era auxiliar da então primeira-dama Michelle Bolsonaro, o que criou a suspeita de que essa promoção foi acelerada por motivos particulares da família Bolsonaro.

Na sequência de atos, hoje vistos como estratégicos por esses diplomatas, Bolsonaro nomeou justamente Marcela, a antiga auxiliar de Michelle, para chefiar o consulado de Orlando.

Já se sabe hoje que Bolsonaro preparou com antecedência sua estadia na Flórida, antes de ficar na casa do lutador José Aldo, em Kissimee, localizada a cerca de 30 minutos do consulado de Orlando.

Também é sabido que repartições diplomáticas são invioláveis para autoridades dos países onde estão instaladas. Ou seja, a polícia americana só entra em consulado brasileiro se autorizada pelo chefe da repartição ou da missão diplomática no país.

É também amplamente noticiado o medo que Bolsonaro tem de ser preso após deixar a presidência.  Ou, ainda, o medo de que seja preso algum filho dele.

Só não é cogitado pelos diplomatas até agora que tipo de vantagem Bolsonaro poderia vislumbrar ao ter um consulado chefiado por uma aliada, a poucos quilômetros de seu local de residência.

Fonte: Coluna do Daniel Haidar Daniel Haidar é jornalista. Foi editor da GloboNews, do JOTA e do Metrópoles. Trabalhou como repórter investigativo do El País Brasil, da revista ÉPOCA e da revista VEJA. Atuou também como repórter do jornal O Globo, do portal G1 e da rádio CBN. As opiniões do colunista não representam a visão do Terra.
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