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Daniel Haidar

Juízes fortalecem diretrizes de proteção do patrimônio histórico brasileiro

Magistrados federais aprovaram 46 enunciados de vanguarda para preservar obras de arte e outros bens culturais

28 mar 2023 - 05h00
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Limpeza da escultura de Ulysses Guimarães, na Câmara dos Deputados
Limpeza da escultura de Ulysses Guimarães, na Câmara dos Deputados
Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

Juízes federais aprovaram 46 enunciados de vanguarda e fortaleceram as diretrizes do Judiciário em favor da preservação do patrimônio histórico brasileiro. Essas diretrizes devem dar maior capacidade a magistrados, promotores, delegados, governos e entidades privadas para protegerem bens culturais como obras de arte.

Os 46 enunciados foram votados e aprovados por juízes federais há duas semanas, no Simpósio Internacional de Direito do Patrimônio Cultural e Natural, realizado no Superior Tribunal de Justiça (STJ). O evento foi organizado pelo STJ, pelo Conselho da Justiça Federal (CJF) e pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

Entre os enunciados aprovados estava, por exemplo, o entendimento dos juízes de que é possível impor medidas judiciais para proteger ou recuperar obras de arte mesmo quando não forem tombadas por órgãos de preservação. Diz o enunciado: “A ausência de registro ou averbação do tombamento provisório ou definitivo ou de outras formas de acautelamento não impede o reconhecimento do valor cultural do imóvel e a adoção de medidas de proteção do bem”.

Para especialistas, esse tipo de entendimento entre juízes, agora oficializado na forma de enunciado, facilita que museus, igrejas e colecionadores solicitem medidas de proteção ou recuperação de obras de arte, especialmente em casos de roubo ou furto.

O Centro de Estudos Judiciários, do CJF, presidido pelo ministro Og Fernandes, do STJ, deve publicar os 46 enunciados nas próximas semanas. Essas diretrizes servirão como referência para juízes, promotores, delegados e advogados pleitearem ou determinarem medidas de preservação do patrimônio histórico. Fernandes foi o coordenador-geral do simpósio. A coordenação-científica ficou a cargo do ministro Herman Benjamin, também do STJ.

Fonte: Coluna do Daniel Haidar Daniel Haidar é jornalista. Foi editor da GloboNews, do JOTA e do Metrópoles. Trabalhou como repórter investigativo do El País Brasil, da revista ÉPOCA e da revista VEJA. Atuou também como repórter do jornal O Globo, do portal G1 e da rádio CBN. As opiniões do colunista não representam a visão do Terra.
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