Neto de Lula de 19 anos ganha salário de quase R$ 6,7 mil no Governo de Sergipe
João Gabriel Lula da Silva Sato Rosa, filho de Lurian, mais do que quadruplicou seu rendimento ao receber gratificações
Neto do presidente Lula, o jovem João Gabriel Lula da Silva Sato Rosa, de 19 anos, conseguiu faturar um salário de R$ 6.692,84 no seu primeiro mês de trabalho como assessor da Secretaria Estadual de Educação de Sergipe.
O rapaz é filho de Lurian Cordeiro Lula da Silva, a filha mais velha do presidente. Lurian nasceu de um relacionamento extraconjugal de Lula com a enfermeira Miriam Cordeiro. Ela só conheceu o pai aos 4 anos. Na última campanha presidencial, o então candidato à reeleição Jair Bolsonaro voltou a citar a história de Lurian para atacar Lula, uma baixaria originalmente praticada por Fernando Collor de Mello na campanha de 1989.
João Gabriel tinha sido contratado com um salário de R$ 1.575 para o cargo de "assessor extraordinário". Mas ao receber gratificações esse rendimento mais do que quadruplicou. Ele tem só o ensino médio completo.
O jovem ganhou um adicional de R$ 4 mil só com o acréscimo do que o governo chama de Gratificação de Estímulo às Atividades Administrativas e de Gestão (GEAAG).
Também faturou mais R$ 1.117,84 — supostamente como primeira parcela de graficação natalina — e outros R$ 1.050,00 como gratificação de representação.
Por ocupar um cargo comissionado no Governo de Sergipe, o neto de Lula ainda embolsou um adicional de R$ 525 no mês.
O novo governador de Sergipe, Fábio Mitidieri (PSD), foi eleito após derrotar o senador Rogério Carvalho (PT), apoiado por Lula. Lurian é inclusive assessora de Carvalho. Mas a nomeação do neto de Lula foi vista como um agrado ao PT.
Procurada pela coluna, a assessoria de imprensa da Secretaria Estadual de Educação ainda não se manifestou.
Em janeiro, quando a nomeação do rapaz foi revelada, o Governo de Sergipe alegou em nota que "a nomeação de João Gabriel Lula da Silva Sato Rosa não foi política. Pautou-se em critérios considerados técnicos, inclusive, não sendo vedado pela Constituição Federal tal contratação".