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Daniel Haidar

Violência eleitoral atingiu recorde em 2022, diz pesquisa

Discurso de ódio impulsiona agressões e ameaças, alerta especialista

14 fev 2023 - 12h47
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Marcelo Arruda foi assassinado por bolsonarista em Foz do Iguaçu
Marcelo Arruda foi assassinado por bolsonarista em Foz do Iguaçu
Foto: Christian Rizzi / Reuters

Levantamento inédito a que a coluna teve acesso mostra que houve um recorde de casos de violência política no ano passado, quando foram identificadas 557 ocorrências, como agressões e assassinatos, contra candidatos e políticos.

O monitoramento foi feito pelo Observatório da Violência Eleitoral da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio).

Desde antes do início oficial da campanha eleitoral o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) já era acusado de instigar violência. Ao comentar alianças do presidente Lula com candidatos, Bolsonaro afirmou em 16 de maio: “É bom, um tiro só mata todo mundo ou uma granadinha só mata todo mundo”.

O Observatório da Unirio não fazia esse monitoramento durante a campanha eleitoral anterior, de 2018. Mas os dados mostram que a violência política foi ainda mais notável em 2022 do que em anos anteriores.

Em 2019, primeiro ano analisado, foram identificados 148 casos de violência contra políticos. Esse patamar mais do que triplicou em 2020, ano de eleição municipal, quando foram mapeados 538 casos violentos contra lideranças políticas. Em 2021, foram localizadas 309 ocorrências do tipo.

O cientista político Felipe Borba, coordenador do Observatório da Violência Política e Eleitoral da Unirio, avalia que a amplificação de discursos de ódio provocou esse acirramento de episódios violentos.

“Em 2022, houve um discurso nacionalizado de ódio e violência, que contribuiu para impulsionar ameaças e agressões”, alerta o especialista.

Em julho do ano passado, em Foz do Iguaçu, no Paraná, o guarda municipal Marcelo Arruda, tesoureiro do PT na cidade, foi morto a tiros por um bolsonarista, o policial penal Jorge Guaranho. O assassino tinha invadido a festa de aniversário da vítima, em homenagem a Lula. Antes de atirar contra Arruda, o bolsonarista gritou "petista vai morrer tudo". O assassino ainda vai ser julgado pelo tribunal do júri.

Fonte: Coluna do Daniel Haidar Daniel Haidar é jornalista. Foi editor da GloboNews, do JOTA e do Metrópoles. Trabalhou como repórter investigativo do El País Brasil, da revista ÉPOCA e da revista VEJA. Atuou também como repórter do jornal O Globo, do portal G1 e da rádio CBN. As opiniões do colunista não representam a visão do Terra.
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