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De Gusttavo Lima a Pabllo: artistas se dividem em apoio aos presidenciáveis

Polarização entre o ex-presidente Lula e o presidente Jair Bolsonaro ganha os palcos no ano eleitoral

23 mai 2022 - 11h28
(atualizado às 12h03)
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A campanha de Lula escolheu as cantoras Pabllo Vittar e Duda Beat para a regravação da música Sem Medo de Ser Feliz.
A campanha de Lula escolheu as cantoras Pabllo Vittar e Duda Beat para a regravação da música Sem Medo de Ser Feliz.
Foto: Reprodução/Facebook

A polarização Lula-Bolsonaro para as eleições de 2022 não está presente apenas nas pesquisas eleitorais e nos eventos políticos populares. A divisão entre os eleitores dos dois pré-candidatos pode ser vista também na cena musical brasileira. De um lado, é possível encontrar os sertanejos que apoiam abertamente o presidente Jair Bolsonaro (PL), enquanto nomes da música pop nacional defendem a volta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Com microfone em mãos, os dois lados propagam discursos em favor de seus candidatos.   

No último sábado, 21, o cantor Gusttavo Lima, que já se declarou publicamente como eleitor pró-Bolsonaro, fez um discurso em seu show muito semelhante ao que o presidente tem adotado nos últimos tempos, com a defesa da "liberdade" e a repetição do lema "Deus, Pátria, Família". O cantor sertanejo afirmou também que o Brasil "nunca vai ser o comunismo". "Na vida é Deus, pátria, família e liberdade. Liberdade para pensar, liberdade para agir, liberdade para vencer, liberdade para conversar, liberdade para tá (sic) na internet, liberdade de expressão, liberdade de conquista. E a gente tem que conquistar essa porra. Porque o Brasil é nosso", comentou.

Bolsonaro mantém proximidade com os artistas sertanejos. Em janeiro de 2022, após receber alta por obstrução intestinal, o chefe do Executivo participou do evento "Amigos do Marrone contra a fome", organizado pelo cantor Marrone, da dupla com Bruno, com partidas de futebol amistosas entre atletas e cantores.

Além de Gusttavo, outro sertanejo bolsonarista ganhou os holofotes em maio: Zé Neto, da dupla com Cristiano. Durante show, o cantor gerou polêmica ao criticar a cantora Anitta e a Lei Rouanet, de incentivo à cultura. "Estamos aqui em Sorriso, Mato Grosso, um dos Estados que sustentou (sic) o Brasil durante a pandemia. Nós somos artistas que não dependemos de Lei Rouanet. Nosso cachê quem paga é o povo", disse.

Anitta tem um histórico de posicionamentos contra o governo Bolsonaro - participou, inclusive, da campanha #EleNão durante as eleições de 2018. A artista, com carreira internacional, já se envolveu em discussões nas redes sociais com o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles.

Em abril de 2022, a cantora informou que bloqueara Bolsonaro no Twitter após ele responder a uma publicação sua na plataforma. Em seu perfil na rede social, Anitta defendeu que a bandeira do Brasil pertence a todos os brasileiros e não deve ser apropriada por um grupo específico, numa referência aos bolsonaristas. O chefe do Executivo compartilhou a postagem e escreveu, em tom de ironia: "Concordo com a 'Anita'".

A campanha de Lula escolheu as cantoras Pabllo Vittar e Duda Beat para a regravação da música Sem Medo de Ser Feliz, composta para a corrida presidencial em 1989. A nova versão foi apresentada no lançamento da pré-candidatura do petista em 7 de maio.

Uma apresentação de Pabllo em março, no Lollapalooza, chegou a ser denunciada pelo PL, partido de Bolsonaro. No show, a cantora exibiu uma bandeira com a imagem de Lula e teceu críticas a Bolsonaro. Para o PL, tratava-se de um showmício, proibido por resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Entretanto, como mostrou o Estadão, a legislação permite mencionar futuras candidaturas e até mesmo elogiar "qualidades pessoais dos pré-candidatos", desde que não haja pedido direto de voto. Posteriormente, o PL retirou a denúncia.

Recentemente, a mesma prática ocorreu em shows de artistas como Luísa Sonza, que desfilou com uma bandeira com imagem de Lula no palco, e da cantora IZA, que fez "L" de Lula após discursar sobre "fazer a diferença".

Estadão
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