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De Larissa Manoela a Lea Michele; como a síndrome dos ovários policísticos afeta a saúde

Idade não determina a doença, que pode afetar a mulher de diversas maneiras ao longo da vida

21 set 2022 - 14h23
(atualizado às 15h35)
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Foto: Popline

Larissa Manoela, 21, compartilhou nas redes sociais seu diagnóstico de síndrome dos ovários policísticos (SOP). Assim como ela, a atriz Lea Michele, 36, também sofre da mesma condição, exposta em 2019. A diferença etária entre as artistas reforça que esse não é um fator determinante para a doença, que é uma das "mais comuns entre as disfunções endócrinas que afetam mulheres em idade reprodutiva, tendo sua prevalência variando de 6% a 16% dependendo da população estudada e do critério diagnóstico empregado", segundo publicação da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).

Ana Carolina Japur de Sá Rosa e Silva, ginecologista e vice-presidente da Comissão Nacional Especializada em Ginecologia Endócrina da Febrasgo, explica que a SOP é de causa e natureza pouco determinadas. No entanto, o fator genético é uma das principais influências ao diagnóstico. "A característica genética pode ser herdada da mãe e está relacionada ao padrão com que os hormônios de comando do cérebro são secretados", alterando o padrão da ovulação, complementa a médica.

Diagnóstico e tratamento

Se atentar aos sintomas é essencial para consultar um profissional, que dará sequência ao diagnóstico, a partir de avaliação clínica e exames laboratoriais e de imagens, como explica Anamarya Rocha, ginecologista da clínica JK Estética.

"A SOP engloba um amplo espectro de sinais e sintomas de disfunção ovariana. Em 2003, o consenso de Rotterdam (Holanda) propôs que a condição pode ser diagnosticada após a exclusão de outras causas de irregularidade menstrual e hiperandrogenismo — hiperprolactinemia, formas não clássicas das hiperplasias adrenais congênitas, síndrome de Cushing, neoplasias secretoras de andrógenos e hipotireoidismo", esclarece.

Ana Carolina complementa que alguns dos sintomas da síndrome podem ser confundidos nas primeiras menstruações, visto que o ciclo menstrual costuma ser irregular por cerca de três meses a até três anos. Por isso, o diagnóstico de SOP nesta fase não é definitivo e precisa ser revisto 8 anos após a menarca (primeira menstruação).

A síndrome dos ovários policísticos não tem cura. No entanto, com o diagnóstico preciso, as pacientes têm algumas alternativas de tratamento para controlar a condição, conforme o desejo de engravidar ou não.

Para mulheres que almejam uma gestação, Ana Carolina recomenda opções que induzem a ovulação. Já para aquelas que não compartilham dessa vontade, o anticoncepcional, que pode ser associado a outros medicamentos para prevenir o aumento dos pelos, é a indicação da profissional.

Contudo, Anamarya alerta: "Estão substituindo o uso já consagrado dos anticoncepcionais orais ou mantendo-os por menor período de tempo, pois podem piorar a resistência à insulina e induzir intolerância à glicose, aumentando o risco de desenvolvimento de diabetes mellitus do tipo 2 (DM2). Além disso, pode elevar os níveis de triglicérides e aumentar o risco cardiovascular, devido às suas ações sobre a coagulabilidade e a reatividade vascular (eventos trombóticos)."

Ambas as profissionais recomendam o estilo de vida saudável para pacientes nesta condição. E a ginecologista da JK Estética Avançada vai além, declarando que hábitos saudáveis como prática de atividade física regular, principalmente anaeróbica (musculação), e dieta balanceada, a partir do acompanhamento nutricional, podem ser o suficiente para algumas mulheres, dependendo do grau de da doença.

Estadão
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