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Delegado diz que Gabriel Monteiro deve ser indiciado por crime sexual, afirma relator na Câmara

Responsável pelo inquérito criminal, Luis Maurício Armond Campos presta depoimento ao Conselho de Ética

21 jun 2022 - 19h12
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RIO - O delegado Luis Maurício Armond Campos, da 42ª DP (Recreio dos Bandeirantes), confirmou na tarde desta terça-feira, 21, em depoimento ao Conselho de Ética e Decoro da Câmara Municipal do Rio, que o vereador Gabriel Monteiro (PL) sabia que estava gravando uma relação sexual com uma menor de idade e que o inquérito que trata sobre o assunto deve indicar a prática de suposto crime sexual, de acordo com o relator do caso, vereador Chico Alencar (PSOL). Armond e o policial militar Pablo Foligno, cedido ao gabinete de Monteiro pela Casa, foram ouvidos como testemunhas de defesa de Monteiro.

Armond é o responsável pelo inquérito criminal que apura a divulgação de um vídeo do vereador fazendo sexo com uma menor de idade.

O vereador Gabriel Monteiro; parlamentar é acusado de assédios moral e sexual. Foto: Wilton Junior/Estadão

"O delegado da 42 confirmou que o inquérito que aborda a questão que ofende violentamente o Estatuto da Criança e do adolescente da menor de idade está parcialmente concluído com a aferição de crime sexual, a ciência de que ela era menor de idade, a ciência por parte do vereador, a filmagem e armazenamento, que por si só, segundo o delegado, já configuram um delito", afirmou Alencar.

Segundo o relator do caso que pode levar à cassação de Gabriel Monteiro, outras investigações por suposto peculato, coação e uma apuração preliminar por estupro estão em andamento.

"Há ainda outras investigações em curso sobre constrangimento de menores, coação de testemunhas, suborno, peculato e investigação preliminar, porque ainda faltam as testemunhas na sede do inquérito, de estupro. É um cenário com alguns elementos probatórios substantivos, disse o delegado. As perícias estão em andamento", disse.

O vereador responde por supostos crimes de estupro, assédio e de manipulação de vídeos nas redes sociais.

Após prestar depoimento por cerca de duas horas, Luis Armond afirmou que as investigações devem ser concluídas em até trinta dias: "Já houve o indiciamento com relação a filmagem de uma menor. Com relação aos outros fatos, ainda estão sendo avaliadas as provas e o contexto fático. Está sendo apurado a exposição de pessoas em vulnerabilidade, coação no curso do processo, peculato, em relação a utilização de servidores em funções diferentes do que deveriam ter", afirmou.

A defesa do vereador, representada pelo advogado Gabriel Lima, diz que a jovem filmada em um relação sexual com o vereador "sempre disse" para o parlamentar que tinha 18 anos na época do relacionamento dos dois.

"O depoimento foi conciso no sentido de afirmar que o depoimento da menor foi colhido dentro do que determina a lei. A declaração, contida no depoimento dela, em que ela afirma que sempre disse ao vereador Gabriel Monteiro que tinha 18 anos. Isso foi uma colocação dela. A autoridade policial afirma ainda que as investigações em curso foram feitas com base nas acusações de ex-assessores que desde o inicio vem fazendo as mesmas acusações", disse.

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Estadão
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