Demissão de Mallet é ofensa ao Exército, afirmam republicanos no Brasil Império
Projeto EstadãoRepública130: personagens históricos narram em tuítes os 30 dias que antecederam a Proclamação da República, em 1889
A demissão a bem do serviço público do tenente-coronel João Nepomuceno de Medeiros Mallet da direção da escola Militar de Fortaleza feita pelo governo imperial é apontada pela oposição republicana como mais um agravo feito contra o Exército pelo gabinete liderado pelo Visconde de Ouro Preto. Esse é outro episódio que será tratado pelos perfis do projeto EstadãoRepública130, que usa tuítes de personagens históricos para contar os 30 dias que antecederam a Proclamação da República, em 15 de novembro de 1889 (as publicações também podem ser acompanhadas pela hashtag #ER130).
A demissão a bem do serviço público do tenente-coronel João Nepomuceno de Medeiros Mallet da Escola Militar de Fortaleza ameaça reacender a crise militar após o marechal @defonsecaER abandonar seu posto em Mato Grosso e voltar ao Rio em setembro. #VivaRepública #ER130
— Estadão República 130 anos (@_vivarepublica_) October 22, 2019
O Paiz publica a demissão do coronel Mallet da Escola Militar de Fortaleza a bem do serviço público. Isso se faz porque com os militares, seja qual for a graduação e os serviços e a honrosa fé de ofícios, o governo não gasta sedas nem faz cerimônia. #SomosTodosMallet #ER130 pic.twitter.com/qz7EFeuWot
— Benjamin Constant (@ben_constantER) October 22, 2019
Com semelhante origem este orador não crê em uma república popular. Foi Tocqueville que disse: as origens de um povo afetam toda a sua história. Assim também as dos movimentos. É possível que a Nação tenha concebido a ideia republicana no 13 de maio. #ER130
— Joaquim Nabuco (@joaquimnabucoER) October 25, 2019
Disse na Câmara: O grosso das forças republicanas vem do descontentamento causado pela abolição. Foram as lei de 28 de setembro de 1871 e de 13 de maio de 1888 que fizeram surgir do solo as legiões que hoje avançam contra a monarquia. #ER130 #VivaMonarquia
— Joaquim Nabuco (@joaquimnabucoER) October 25, 2019
Há uma razão para ainda não ter chegado a hora da República: é que ainda não temos povo. São as oligarquias republicanas, em toda a América, que têm mostrado ser um terrível impedimento à aparição política e social do povo. #ER130 #VivaMonarquia
— Joaquim Nabuco (@joaquimnabucoER) October 25, 2019
Mas a monarquia, que julgo benéfica e popular, não se pode sustentar com baionetas ou favoritismo; e só pode existir por meio de reformas nacionais, como foi a abolição. #ER130 #Federação
— Joaquim Nabuco (@joaquimnabucoER) October 25, 2019
A federação teria o mesmo caráter, este orador, porém, infelizmente, vê com surpresa que o partido liberal faz renúncia dela no momento em que o imperador a aceita. #ER130 #Federação pic.twitter.com/nNyIQgA83Z
— Joaquim Nabuco (@joaquimnabucoER) October 25, 2019
Em tais circunstâncias, o honrado presidente do Conselho, o @visconde_ouroER , deve inspirar-se no seu patriotismo para que o seu ministério não possa ser em caso algum o último da monarquia. Aqui a íntegra do que falei na Câmara. #ER130 #Federação #prontofalei pic.twitter.com/Fl9jVyR12D
— Joaquim Nabuco (@joaquimnabucoER) October 25, 2019
Com Mallet dá-se o agravante do acinte porque esse distinto oficial pedira sua demissão certo que não inspirava confiança ao governo, pois no distrito de sua residência triunfou na eleição a candidatura de um adversário da situação do público desaire. #HonraMilitar #ER130
— Benjamin Constant (@ben_constantER) October 22, 2019
Os jornais republicanos reagem denunciando a forma como o oficial - filho do marechal Emílio Mallet, atual patrono da Artilharia do Exército - foi dispensado e a razão: ele havia se oposto à promoção de um protegido do governador do Ceará. A Província de São Paulo, o Diário de Notícias, o Cidade do Rio e O Paiz se ocupam do caso e acompanham a sua repercussão.
Foi dimittido a bem do serviço publico do cargo de director da Fortaleza o tenente-coronel do estado-maior de 1.ª classe João Nepomuceno de Medeiros Mallet. #CriseMilitar #ER130
— Rangel Pestana (@rangelpestanaER) October 22, 2019
A demissão de Mallet somou-se à decisão do marechal Deodoro da Fonseca de deixar a província de Mato Grosso, para onde havia sido designado pelo governo. O projeto mostra hoje ainda uma rara entrevista de Deodoro na qual ele conta as razões de ter deixado o posto para o qual fora designado e acusa os "casacas", como os militares designavam então os políticos da época, e diz não ter pretensões políticas.
Aguardamos a chegada ao Rio do tenente-coronel Mallet após sua demissão da escola militar de Fortaleza. #CriseMilitar #ER130
— Benjamin Constant (@ben_constantER) October 23, 2019
Ainda causam assombro minhas declarações ao Diário da Manhã. Apenas expressei que missão dada é missão cumprida. O que mais disse não foram inverdades. #prontofalei #ER130https://t.co/zevvDCAAvb pic.twitter.com/TNqBDCEcPm
— Deodoro da Fonseca (@defonsecaER) October 17, 2019
Deve chegar ao Rio no paquete Alagoas o tenente-coronel Mallet, que era o comandante da escola militar de Fortaleza. Sua demissão escandalizou seus colegas. #CriseMilitar #ER130
— Deodoro da Fonseca (@defonsecaER) October 23, 2019
Caso Mallet: Querem usar a indisciplina de alguns para desestabilizar o governo e a monarquia. #JuntosPeloBrasil #ER130
— Visconde de Ouro Preto (@visconde_ouroER) October 24, 2019
Caso Mallet: O governo ainda não publicou uma palavra pela qual, se, não justifique, pelo menos dê as razões de seu ato. #ER130 #ForçaMallet
— José do Patrocínio (@ze_patrocinioER) October 25, 2019
A Escola Militar de Fortaleza realizou uma importante manifestação em apreço ao tenente-coronel João Nepomuceno Medeiros de Mallet, acintosamente demitido pelo governo a bem do serviço público. #ForçaMallet #ER130 #SomosTodosMallet
— Benjamin Constant (@ben_constantER) October 25, 2019
Filho do glorioso marechal Emilio Mallet, a demissão de João Nepomuceno Mallet é mais um agravo ao Exército e aos militares. #OrdemEProgresso #ER130 #SomosTodosMallet #ForçaMallet #CriseMilitar
— Benjamin Constant (@ben_constantER) October 25, 2019
Filho do glorioso marechal Emilio Mallet, a demissão de João Nepomuceno Mallet é mais um agravo ao Exército e aos militares. #OrdemEProgresso #ER130 #SomosTodosMallet #ForçaMallet #CriseMilitar
— Benjamin Constant (@ben_constantER) October 25, 2019
E assim se encerra a semana que começara com as esperanças depositadas pelos republicanos - derrotados nas eleições - em Joaquim Nabuco, o deputado liberal que defendia o federalismo, uma das principais bandeiras do movimento antimonárquico. Na época, os presidentes de províncias - os atuais Estados - eram nomeados pelo governador e toda a gestão delas dependia do poder central. Lideranças políticas das províncias queriam mais autonomia para administrar os negócios públicos.
Com semelhante origem este orador não crê em uma república popular. Foi Tocqueville que disse: as origens de um povo afetam toda a sua história. Assim também as dos movimentos. É possível que a Nação tenha concebido a ideia republicana no 13 de maio. #ER130
— Joaquim Nabuco (@joaquimnabucoER) October 25, 2019
Disse na Câmara: O grosso das forças republicanas vem do descontentamento causado pela abolição. Foram as lei de 28 de setembro de 1871 e de 13 de maio de 1888 que fizeram surgir do solo as legiões que hoje avançam contra a monarquia. #ER130 #VivaMonarquia
— Joaquim Nabuco (@joaquimnabucoER) October 25, 2019
Há uma razão para ainda não ter chegado a hora da República: é que ainda não temos povo. São as oligarquias republicanas, em toda a América, que têm mostrado ser um terrível impedimento à aparição política e social do povo. #ER130 #VivaMonarquia
— Joaquim Nabuco (@joaquimnabucoER) October 25, 2019
Mas a monarquia, que julgo benéfica e popular, não se pode sustentar com baionetas ou favoritismo; e só pode existir por meio de reformas nacionais, como foi a abolição. #ER130 #Federação
— Joaquim Nabuco (@joaquimnabucoER) October 25, 2019
A federação teria o mesmo caráter, este orador, porém, infelizmente, vê com surpresa que o partido liberal faz renúncia dela no momento em que o imperador a aceita. #ER130 #Federação pic.twitter.com/nNyIQgA83Z
— Joaquim Nabuco (@joaquimnabucoER) October 25, 2019
Em tais circunstâncias, o honrado presidente do Conselho, o @visconde_ouroER , deve inspirar-se no seu patriotismo para que o seu ministério não possa ser em caso algum o último da monarquia. Aqui a íntegra do que falei na Câmara. #ER130 #Federação #prontofalei pic.twitter.com/Fl9jVyR12D
— Joaquim Nabuco (@joaquimnabucoER) October 25, 2019
O dia a dia do período até o dia 15 de novembro é acompanhado no projeto por 14 perfis criados no Twitter. São eles: d. Pedro 2º, Princesa Isabel, Joaquim Nabuco, Deodoro da Fonseca, Campos Salles, Quintino Bocayuva, Rangel Pestana, José do Patrocínio, Benjamin Constant, Visconde de Ouro Preto, Rodrigues Alves e o perfil PIPÓCAS, que reproduz sátiras em versos, assim como fazia a seção PIPÓCAS publicada pelo jornal Província de São Paulo - que depois virou Estado.
Os tuítes - reproduções e adaptações de frases que retratam a atuação de cada personagem do período - poderão ser acompanhados pelo perfil @_vivarepublica_ e pela hashtag #ER130. Na terceira semana do projeto, os gastos com o socorro aos flagelados da seca no Nordeste ocupam os tuítes. As colunas dos jornais da época vão mostrar denúncias sobre o mau uso do dinheiro público.
O socorro aportado pelo tesouro à região foi um dos principais gastos feitos pela Cora naquele ano, segundo as contas apresentadas pelo visconde de Ouro Preto mais tarde, em suas memórias. Os personagens também acompanham e comentam a chegada de um grupo de índios Kraus, que são recebidos pelo imperador. Eles foram à corte reclamar de perseguições que sofriam em suas terras.
Os personagens voltam a tratar do caso do Banco Nacional do Brasil, denunciando os termos do contrato assinado pela monarquia com casa bancária. Os republicanos acusam Ouro Preto de conceder vantagens escandalosas ao banco, como o monopólio de emissão de títulos da dívida pública, além do compromisso de não emitir papel moeda por 60 anos.
Mais uma vez se juntam na denúncia Rangel Pestana, pela Província, Rui Barbosa, pelo Diário, e Quintino Bocayuva pelo O Paiz, em um movimento que demostrava que os republicanos, mesmo depois da derrota eleitoral, não dariam trégua à monarquia em sua batalha contra os privilégios.
A Província de S. Paulo trata do caso do Banco Nacional do Brasil e alerta para a possibilidade de as emissões autorizadas pelo governo provocarem a desvalorização da moeda. #ER130
— Estadão República 130 anos (@_vivarepublica_) October 24, 2019