Desmatamento na Amazônia recua 30% e Cerrado tem queda de 25%, aponta Inpe
Com essa redução para 6 mil km², a taxa atual se apresenta como a menor desde 2017
Nos últimos meses, o debate sobre o desmatamento na Amazônia ganhou novos contornos com a divulgação dos dados mais recentes do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes). A análise, que abrange o período de agosto de 2023 a julho de 2024, revelou uma diminuição significativa na área desmatada comparada ao ano anterior. Esse resultado marca uma queda de 30,6% no total da área explorada, evidenciando um controle mais eficaz sobre as queimadas e operações ilegais na região.
Com essa redução para 6 mil km², a taxa atual se apresenta como a menor desde 2017, denotando um esforço conjunto entre políticas públicas e colaborações com o setor privado. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, mencionou que a integração de diferentes setores foi crucial para essa diminuição. O desmatamento sempre foi um tema sensível, mas atualmente, existem medidas concretas em andamento para contê-lo.
O desmatamento na Amazônia teve a maior queda em 15 anos: 31% em 2024. Esse avanço é um marco nas metas do Acordo de Paris e sinaliza que o Brasil pode, e deve, aumentar sua ambição climática e zerar o desmatamento https://t.co/z350CbehTD
— Observatório do Clima (@obsclima) November 6, 2024
Como o Prodes atua no monitoramento do desmatamento?
O Prodes é considerado o instrumento mais preciso para medir as taxas anuais de desmatamento. Diferente do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), que operacionaliza alertas mensais, o Prodes oferece um panorama anual detalhado. Esse sistema é vital para a formulação de políticas ambientais e para o desenvolvimento de estratégias de preservação nos biomas nacionais.
A diminuição do desmatamento é um passo importante para o Brasil cumprir suas metas climáticas internacionais. Durante as últimas duas décadas, a taxa de exploração florestal atingiu seu pico em 2004, com 27,7 mil km² desmatados. Houve uma queda substancial até 2012, mas os números voltaram a subir em 2015. O resultado recente revela uma direção positiva, especialmente após gestões com pouca redução durante o governo de Jair Bolsonaro.
- Em 2019, a área desmatada chegou a 10.129 km².
- Em 2020, subiu para 10.851 km².
- O ano de 2021 apresentou um desmatamento de 13 mil km².
Quais são as implicações para o Cerrado?
Não só a Amazônia vem registrando avanços, mas também o Cerrado, que apresentou uma diminuição de 25,7% no desmatamento para 8.174 km² no último ciclo avaliado. Este resultado é significativo, considerando que é a primeira redução em quatro anos, conforme o Prodes Cerrado, manejado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
- A Bahia registrou uma queda de 63,3% no desmatamento.
- O Maranhão apresentou uma diminuição de 15,1%.
- No Piauí, a redução foi de 10,1%.
- Tocantins reduziu o desmatamento em 9,6%.
Essas medidas contribuem para a preservação do reservatório de água do Brasil, dado que o Cerrado desempenha um papel crucial na distribuição hídrica através de diferentes bacias hidrográficas.