Detentos do Rio Grande do Sul conquistam diplomas de Ensino Fundamental e Médio
As cerimônias foram organizadas pelo Núcleo Estadual de Educação de Jovens e Adultos (Neeja)
Recentemente, o sistema prisional do Rio Grande do Sul celebrou um marco significativo para a educação e a ressocialização. No dia 20 de dezembro, 115 detentos do Complexo Prisional de Canoas participaram de uma formatura coletiva emocionante: 73 concluíram o ensino fundamental, enquanto 42 celebraram a conclusão do ensino médio. No dia anterior, outros 23 apenados da Penitenciária Estadual de Canoas (Pecan) I também receberam seus certificados do ensino médio, totalizando 138 pessoas privadas de liberdade que alcançaram essa importante conquista educacional.
As cerimônias foram organizadas pelo Núcleo Estadual de Educação de Jovens e Adultos (Neeja), que há anos promove a educação dentro dos presídios gaúchos. "Sabemos que a maior parte do público que está cumprindo pena não teve acesso à educação no tempo certo. Esse momento é essencial para abrir portas para um futuro mais digno e promissor", afirmou Carine Dias, chefe da divisão de educação da Polícia Penal, durante a cerimônia.
Jornada de superação
Um dos detentos emocionou a todos ao compartilhar seu depoimento. "A vida é cheia de oportunidades e caminhos. Que nossos sonhos e aprendizados nos guiem para escolhas melhores, com esperança e determinação. O futuro é promissor e nosso potencial, ilimitado", declarou, sob aplausos calorosos dos presentes. O discurso reforçou a importância da educação como um meio de transformação e ressocialização.
Educação no sistema prisional
Atualmente, 4.352 pessoas privadas de liberdade no Rio Grande do Sul estão matriculadas em programas de educação formal. Esse trabalho é fruto de uma parceria entre a Secretaria Estadual de Educação (Seduc) e os Neejas, que atuam como escolas dentro das unidades prisionais. Além disso, o estado conta com 93 detentos cursando o ensino superior, 40 em cursos técnicos e cinco em programas de pós-graduação.
Para muitos que se encontram reclusos, concluir os estudos simboliza um passo essencial para recomeçar, romper ciclos de exclusão e construir um futuro com mais oportunidades. Os avanços na educação dentro dos presídios demonstram o poder da aprendizagem em transformar vidas e comunidades. Iniciativas como as dos Neejas continuam a inspirar não apenas os apenados, mas também toda a sociedade, ao mostrar que a educação é um caminho viável para a reconstrução de vidas e para a promoção de uma convivência mais justa e igualitária.