Detetive particular: regulamentação da profissão faz setor prosperar

Estimativa é que hoje mais de 80 mil profissionais atuem com investigação particular em todo o país. Além de todo o empenho envolvido para se tornar um bom detetive particular, os ganhos, que podem vir a ser superiores a R$ 100 mil ao mês, atraem cada vez mais interessados, mesmo após a regulamentação da profissão de detetive particular em 2017.

O detetive particular para atuar neste ramo é necessário formação acadêmica e como muitos optam por exercer a profissão de forma autônoma, devem se atentar a todas as exigências fiscais para estarem devidamente regularizados. Outro ponto de destaque é que, por atuarem em investigações particulares, devem seguir a lei, sendo passível de punição em caso de descumprimento de tal norma.

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"Todo o processo de investigação é sigiloso, tanto que todas as provas adquiridas são entregues em uma espécie de relatório ao cliente que nos contratou. Outra prática adotada é informar o cliente em caso de flagrante, sendo que ele pode fazê-lo, ou apenas ter acesso a constatação dos fatos por meio de fotos ou filmagens", explicou Daniele Martins, detetive particular há mais de 20 anos e proprietária de uma agência de nome homônimo.

Extremante concorrido, o segmento atua nos mais variados tipos de investigação, tendo como a principal, a investigação de casos conjugais. "Mais de 70% do nosso trabalho envolve investigar possíveis casos de infidelidade", ressalta Daniele. A profissional enfatizou que a cada 10 casos de investigação conjugal, em sete se comprova a infidelidade do parceiro/a.  A detetive particular explica que, além de traição, investigação de paternidade, de filhos adolescentes, de profissionais como babá ou cuidadores de idosos e até investigação empresarial fazem parte do dia a dia de um investigador particular.  "Onde tem desconfiança o detetive particular pode atuar", enfatiza a profissional.

Tecnologia a favor

Diferente de anos atrás, em que um detetive particular atuava pautado em seu feeling de investigação, hoje esses profissionais contam com o apoio da tecnologia. De aplicativos espiões instalados em celulares e computadores, até drones, tudo é usado para que o trabalho seja feito da forma mais profissional o possível. "Nosso compromisso com o cliente é informar a verdade. Para isso contamos com o auxílio de diversos equipamentos que nos ajudam a comprovar — ou não — a desconfiança", diz Daniele Martins.

Em seus mais de 20 anos como detetive particular, ela explica que a profissão não tem todo o glamour visto nos filmes. "Não trabalho sozinha, tenho uma equipe de detetives que me auxilia em todos os casos. Não temos horas para sair de casa, e por vezes, nem para chegar".

Tal afirmação refere-se ao fato de que, durante uma investigação, seguir o investigado é primordial e ele pode sair às 5 horas da manhã para trabalhar. "Quem nos contrata informa toda a rotina do investigado, hobbies e até locais que costuma frequentar. Com isso nos organizados e damos início a investigação. Se essa pessoa sai de casa às 5 horas da manhã para trabalhar, começamos antes, pois temos que acompanhar essa saída".

Trabalho rentável

Para ter acesso a toda tecnologia espiã — que inclui bonés que filmam, óculos, GPS e demais insumos — é necessário um investimento alto. E é justamente por isso que o trabalho de um detetive particular tem um custo elevado. A média cobrada no mercado é de R$ 4.500,00 em uma investigação simples, de menos de uma semana e esse valor pode triplicar em casos mais complexos, como em uma investigação empresarial e num trabalho de contraespionagem. "Tem trabalhos em que descobrimos a verdade de forma rápida, mas por vezes, é necessário um trabalho bem aprofundado, para que não ocorra um erro na constatação dos fatos".

Hoje a maior demanda do escritório de Daniele é na cidade de São Paulo, porém sua equipe atua em todo o território nacional. "Onde tiver uma desconfiança, estamos prontos para trabalhar", finaliza a detetive particular.

Website: https://detetivedaniele.com.br/