Detida em protesto, estudante rebate acusações do governo Trump
Dias depois de agentes federais de imigração aparecerem em seu apartamento, Ranjani Srinivasan deixou os Estados Unidos por medo de ser presa. Agora, a estudante indiana rebate as acusações do governo Trump e denuncia perseguição por exercer seu direito à liberdade de expressão.
Com 37 anos, bolsista na Universidade de Columbia e arquiteta, Srinivasan foi apontada pelo Departamento de Segurança Interna como uma das três estudantes da instituição alvo de medidas de imigração. A ação faz parte da repressão contra estudantes internacionais que participaram de protestos contra a guerra entre Israel e o Hamas.
Ela está nos EUA desde 2016, quando iniciou um curso de pós-graduação na Universidade de Harvard. Em 2020, ingressou no doutorado na Graduate School of Architecture, Planning and Preservation da Universidade de Columbia, com previsão de formatura para este ano.
O que levou a estudante a ser associada ao protesto no Hamilton Hall?
Os advogados da estudante confirmam que ela esteve em alguns protestos. No entanto, garantem que não participou da ocupação do Hamilton Hall, no ano passado, quando dezenas de estudantes foram presos.
Na noite do incidente, Srinivasan voltava para casa após encontrar amigos. Ao se aproximar do apartamento, encontrou as ruas bloqueadas e foi impedida de entrar. No tumulto, acabou detida e recebeu uma intimação judicial por não dispersar e bloquear a calçada. Ambas as acusações foram retiradas, e ela nunca enfrentou ações disciplinares, segundo sua defesa.
Nas redes sociais, sua atividade se restringia a curtir e compartilhar postagens sobre violações de direitos humanos na guerra em Gaza. Em dezembro de 2023, assinou uma carta aberta da Sociedade de Historiadores da Arquitetura em apoio à "libertação palestina".
Na semana passada, após deixar os EUA, Srinivasan teve sua matrícula revogada pela Universidade de Columbia sem explicação. Agora, ela teme não conseguir concluir o curso pelo qual estudou nos últimos cinco anos.
"Ter meu visto revogado e depois perder meu status de estudante mudou minha vida e meu futuro — não por causa de qualquer irregularidade, mas porque exerci meu direito à liberdade de expressão", declarou à CNN.
A Universidade de Columbia não comentou sobre a revogação de sua matrícula.