Esquerda deve ganhar eleições na Dinamarca
Enquanto verdes e centro-esquerda conquistam bom desempenho eleitoral, legenda de extrema direita perde mais da metade dos votos.
A Dinamarca está prestes a ser o terceiro país nórdico em menos de um ano a eleger um governo de esquerda. As pesquisas de boca de urna indicaram nesta quarta-feira (5) os social-democratas como os grandes vitoriosos nas eleições legislativas. A legenda deve retornar ao poder depois da derrota há quatro anos.
Segundo a emissora de televisão dinamarquesa DR, o atual bloco da oposição de centro-esquerda, formado por quatro partidos e liderado pelos social-democratas, deve obter 90 dos 179 assentos no Parlamento. O bloco governamental do primeiro-ministro, o liberal Lars Lokke Rasmussen, ficará com 75 lugares. A boca de urna indica que o Partido Social Democrata foi o mais votado com 25,3%, à frente do Partido Liberal, com 20,9%.
Já o ultradireitista Partido Popular Dinamarquês, que dá apoio ocasional ao governo, deve ser o grande derrotado. A legenda, que é a segunda maior do país, parece ter perdido mais da metade de seus eleitores desde a eleição de 2015, alcançado apenas 9,8%. No pleito passado, o partido de extrema direita alcançou 21,1% dos votos.
Os verdes do Partido Popular Socialista foram um dos grandes vencedores e devem duplicar a sua representação parlamentar, reunindo 7,4% dos votos, segundo a sondagem.
Com o resultado nas urnas, os dinamarqueses parecem dar um sinal contra as medidas de austeridade seguidas há anos. A líder social-democrata, Mette Frederiksen, prometeu durante a campanha aumentar os gastos sociais, no entanto, adotou uma política de imigração mais rígida, o que o ajudou a legenda a reconquistar os eleitores anti-imigração de esquerda que vinham votando em partidos de direita.
O partido que conquistar a maioria dos votos precisará negociar com outras legendas uma coalizão para governar. Se o resultado da boca de urna for confirmado, a tarefa não será fácil e o principal impasse será a política sobre migração que divide os partidos de esquerda.
Segundo a imprensa local, mais de 80% dos 4,2 milhões de eleitores compareceram às urnas nesta quarta-feira. O Parlamento dinamarquês tem 179 assentos, quatro das quais representam os territórios autônomos da Groenlândia e das Ilhas Faroe, com duas cadeiras cada.