Aborto espontâneo pode atingir 1 em cada 4 mulheres
Mas é a repetição dos episódios de abortamento que pode significar um problema para o casal, aponta especialista em reprodução humana
A Perda gestacional de repetição baseada em Evidências será um dos temas em destaque no 28o. Congresso Brasileiro de Reprodução Humana que começa nesta quarta-feira, em Belo Horizonte, e reunirá mais de 1000 ginecologistas e obstetras. Eles participarão de cerca de 100 palestras e simpósios, ministrados por especialistas do Brasil e do exterior, que discutirão as novas tecnologias e pesquisas como estímulo para o crescimento da área de reprodução assistida.
A palestra sobre o abortamento espontâneo será conduzida pela médica brasileira, Dra. Maria do Carmo Borges de Souza, Diretora Médica da Clínica Fertipraxis, do Rio de Janeiro, "Um episódio de abortamento espontâneo é estimado que pode ocorrer em 15 a 25% das mulheres. Mas, é a repetição do fato que introduz o potencial problema", explica a especialista.
De acordo com a Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva ( ASRM) a perda gestacional de repetição é caracterizada quando ocorre 2 ou mais vezes. Para especialistas europeus - 3 vezes ou mais, embora, recentemente, a Sociedade Europeia( ESHRE) tenha realizado publicação aceitando a definição de duas ou mais perdas "de uma gestação até viabilidade fetal", ou seja, até 24 semanas.
"Há, porém, toda uma confusão em se definir exatamente do que estamos tratando. Consideram-se situações diferentes se as perdas são consecutivas ou não, se ocorre em qual trimestre da gravidez, se há ou houve previamente um nascimento vivo (ou não), as idades das mulheres, as características dos homens parceiros, os hábitos, entre outros", explica a Dra. Maria do Carmo.
Esta múltipla associação de fatores e riscos dificulta a exatidão do diagnóstico em até mais de 50% das vezes, também interferindo na escolha das condutas a serem estabelecidas pelos médicos, além de estressar e angustiar às mulheres/casais afetados. É interessante lembrar que 80% dos abortamentos espontâneos ocorrem no primeiro trimestre de gravidez.
Como fatores de risco identificados em mulheres que tiveram alguma perda, os mais comuns são a idade materna e a perda anterior o que varia de acordo com a faixa etária:
- Nas idades de 20 a 30 anos fica entre 9 e 17%,
- Aos 35 anos aumenta para 20%
- Aos 40 anos chega a 40 %
- E a partir dos 45 anos atinge 80%, devido às alterações cromossomiais relacionadas diretamente a este fator tempo.
"A abordagem destes casos de perdas gestacionais de repetição hoje passa por uma escuta cuidadosa da história pessoal e familiar da mulher e do homem, dos hábitos e estilos de vida. Consumo de álcool, sedentarismo, drogas lícitas e ilícitas e fumo podem estar relacionados. Se por um lado não pode deixar de avaliar anatomicamente o útero e algumas alterações hormonais da mulher (como da tiroide), exames genéticos e imunológicos em listagem crescente (da mulher e do homem) são hoje relacionados", acrescenta.
A médica relata que são revisitados, do ponto de vista da evidência médica, não somente os exames investigativos como também os tratamentos, desde aspirina, corticoides, heparinas de baixo peso molecular, imunoglobulinas intravenosa, intralipides, fatores de crescimento de granulócitos, extratos de plaquetas, diagnóstico genético pré-implantacional.
"As pesquisas voltam-se também cada vez mais para o universo do espermatozoide, ainda com muitas lacunas a serem preenchidas. E, também, todo o psiquismo envolvido nestes casos não pode ser ignorado", conclui.
Serviço Palestra:
Tema: Perda Gestacional de Repetição Baseada em Evidências
Data: 15 de Novembro
Horário: 14:00
Local: Auditório 01 - Piso Inferior
Serviço Congresso:
28o. Congresso da SBRH
Endereço: EXPOMINAS - Av. Amazonas, 6030 - Gameleira - Belo Horizonte - MG
Período: 14 a 16 de Novembro
Dra. Maria do Carmo Borges de Souza é Diretora Médica do Centro de Reprodução FERTIPRAXIS. Editora do JBRA Assisted Reproduction, periódico oficial da SBRA e da Redlara. Ex-Presidente da Rede Latinoamericana de Reproducao Assistida ( quadriênio 2011-2014). Graduação em Medicina, Mestrado e Doutorado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1976)
FERTIPRAXIS Centro de Reprodução Humana - http://www.fertipraxis.com.br
A Clínica FERTIPRAXIS é certificada pela Rede Latino-americana de Reprodução Assistida por cumprir com eficiência as normas de controle de qualidade requeridas para todos os procedimentos. As instalações modernas são equipadas com recursos de alta tecnologia para manipulação e criopreservação de gametas e embriões, garantindo segurança no manuseio das amostras biológicas. Junto à tecnologia, o acolhimento aos pacientes é objetivo primordial. Os profissionais que atuam na clínica, médicos especialistas, embriologistas, enfermagem e psicóloga, utilizam as mais avançadas técnicas de reprodução assistida para atender, orientar e tratar da forma mais adequada as pessoas que querem engravidar.
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