Aparelho que faz check-up da retina sem dilatação já é realidade na prevenção de doenças oculares
Visitar um oftalmologista regularmente pode não ser uma tarefa animadora para maioria das pessoas e, certamente, a dilatação da pupila é o principal motivo pelo qual o paciente foge do exame de vista de rotina, mas isso pode estar próximo ao fim, pelo menos para avaliação da retina.
O diagnóstico precoce de doenças como glaucoma e descolamento de retina é fundamental para evitar a perda irreversível da visão, e a tecnologia Optomap Ultra-widefield, desenvolvida pelo escocês Douglas Anderson, é, atualmente, o que há de mais avançado na detecção de doenças que afetam a retina, uma membrana fina e delicada que é responsável pelo reconhecimento das cores e da luminosidade, ou seja, essencial para o sentido da visão.
Dilatar a pupila é um procedimento desconfortável, mas que, até então, era necessário para que o oftalmologista pudesse ter uma boa visão do fundo do olho. Foi em um exame como este que, aos cinco anos de idade, o filho de Anderson, foi diagnosticado tardiamente com o descolamento de retina que resultou na cegueira permanente do garoto, mas inspirou seu pai a desenvolver a tecnologia que permite uma visão panorâmica de até 82% do fundo do olho, capturando uma foto de alta resolução da retina em poucos minutos, sem contato, sem dor e, na grande maioria dos casos, sem necessidade de dilatação da pupila.
"O Optomap escaneia o interior do olho em apenas um quarto de segundo, gerando fotos panorâmicas e simulações em 3D, essas imagens podem ser mostradas para o paciente na mesma hora. Com ele sou capaz de detectar retinopatia diabética, descolamento de retina, degeneração macular relacionada à idade, glaucoma e até tumores em uma única imagem do olho", afirma o retinólogo Alípio de Sousa Neto, fundador e diretor técnico do Instituto de Cirurgia Ocular de Brasília , um dos primeiros a trazer a tecnologia para o Brasil, já em setembro de 2015, e que, desde então, já realizou mais de 2500 avaliações de retina com o aparelho Optomap Daytona. "Ele faz um mapeamento da retina e uma retinografia com uma varredura de 200° em poucos segundos e com uma definição da imagem fantástica, conseguimos ampliar até 400x sem perder a resolução", complementa Alípio exaltando a praticidade e a rapidez do equipamento.
No exame de retina convencional, onde há dilatação da pupila, além de tomar muito tempo do paciente, após o procedimento pode ser difícil focalizar objetos próximos durante algumas horas, interferindo na capacidade de conduzir veículos e de trabalhar. No exame de retina sem dilatação com Optomap, em poucos minutos o paciente já pode voltar a suas atividades normais, enquanto as imagens geradas pelo aparelho permitem ao médico documentar o estado do olho do paciente para acompanhamento de doenças e são um material que pode ser estudado para descobrir doenças que não seriam vistas por métodos convencionais, que alcançam somente 15% do fundo do olho.
Por ser um equipamento novo no Brasil, o exame ainda não tem cobertura do Sistema Único de Saúde (SUS), tampouco de convênios, mas, em uma iniciativa evangelista e não oficial dos benefícios da tecnologia, o site www.optomap.com.br divulga informações e locais que oferecem o exame, entre eles o Hospital de Olhos Sadalla Amin Ghanem, em Joinville (SC), um centro de referência na oftalmologia brasileira. O site também oferece um formulário rápido para o pré-agendamento do exame em algumas clínicas e hospitais.