Apesar da pandemia, estudantes brasileiros seguem com os planos de estudar fora do país
No escritório brasileiro da USC - University of Southern California - as buscas por opções de cursos continuam aquecidas
Mesmo com o fechamento de universidades em todo o mundo, estudantes brasileiros continuam com os planos de fazer cursos fora do país. No escritório da USC - University of Southern California -, a busca por opções segue aquecida, enquanto escolas e universidades procuram por alternativas para o período da pandemia. Durante o isolamento social, a solução oferecida é a de cursos online nos primeiros meses de aula.
Para quem optou por estudar na USC, uma das 20 melhores universidades dos EUA, existem diversas opções que se adaptam à nova realidade imposta pela pandemia, como por exemplo, estender um curso com duração de um ano para um ano e meio, com os primeiros seis meses oferecidos no modo online. O escritório da universidade no Brasil é regularmente procurado por estudantes e profissionais brasileiros que desejam saber como ter sucesso nos processos de admissão. "Apesar da pandemia, os estudantes continuam nos contatando para mais informações e possíveis soluções para a situação atual", afirma Marcus Costa, diretor da USC no Brasil.
Uma das estudantes afetadas pela pandemia foi a Giovanna Bitelli Brito, 20 anos, que cursa arquitetura e precisou se adaptar para fazer as aulas por vídeo chamada. Mesmo com a mudança, ela afirma que a qualidade do ensino se manteve: "Me surpreendi. Os professores conseguiram engajar os alunos. Nós, estudantes, ficamos com medo de perder conteúdo e qualidade de estudo, mas a USC conseguiu se adaptar muito bem a essa realidade", afirma Giovanna.
Hoje, o Brasil é o nono país do mundo a enviar estudantes para os Estados Unidos, ficando atrás de locais como China, Índia, Arábia Saudita e Canadá. Os dados são do relatório Open Doors, publicado em 2019 pelo Instituto de Educação Internacional (IEE) e Escritório de Assuntos Educacionais e Culturais do Departamento do Estado dos EUA.
A aluna do curso de mestrado em direito, Júlia Thiebaut, 30 anos, optou por estender o curso em seis meses e começar os estudos online ainda este ano. "Fiquei triste com todo o cenário, mas vi que houve esforço da universidade em amparar os estudantes, apesar das dificuldades. Além disso, vejo como uma oportunidade para que mais pessoas consigam ter acesso a uma educação de qualidade, mesmo a distância", conta Júlia, que após o período de aulas online, poderá vivenciar a experiência no campus.
Pesquisa de opinião: Qual o perfil e o que buscam os jovens do Brasil?
Quando o assunto é educação internacional, o Brasil tem um papel muito relevante. Nos últimos anos, mais de 400 mil estudantes viajaram para fazer cursos fora do país. "Sabemos da importância dos jovens brasileiros neste cenário e buscamos entender mais sobre o perfil deles. Foi por isso que realizamos uma pesquisa de opinião para analisar como pensam, quantos consideram os EUA como opção e quais fatores influenciam em suas escolhas", explica Marcus. O estudo foi feito com mais de 600 estudantes de 25 universidades do Brasil. O objetivo era entender a fundo o que procuram os jovens do país, quando optam por ter uma experiência acadêmica no exterior.
A pesquisa mostrou que a busca pela vivência internacional está ligada, principalmente, a dois fatores: evolução pessoal como ser humano, e questões relacionadas à empregabilidade. As empresas do Brasil valorizam profissionais que já tiveram vivências do gênero e conhecem outras culturas, além de falarem um segundo idioma. Esses fatores justificam a procura por serviços de intercâmbio e cursos estrangeiros, mesmo com a desvalorização da moeda brasileira.
Dos entrevistados, 82,91% ainda não havia estudado no exterior. Daqueles que já tiveram essa experiência (17,09%), a maioria (76,5%) utilizou recursos da família para arcar com as despesas. Já 11% contaram com algum benefício de bolsa acadêmica.
Opinião de quem já estudou no exterior
De acordo com a pesquisa, os Estados Unidos foram o destino preferido daqueles que já vivenciaram uma experiência fora do Brasil - 42,45%. O idioma falado, indicação de amigos ou familiares e ter alguma empresa pela qual se interessavam no local, foram os fatores que mais influenciaram a escolha. Para a maioria dos estudantes (67,09%), a principal escolha foi por cursos de idiomas. Cursos de curta duração ficaram em segundo lugar e a graduação em terceiro.
Em relação a escolha da universidade, o fator mais relevante foi a indicação - 22,22%. Em seguida estão as considerações sobre o destino (16,44%), se tinham conhecido na cidade (14%) e a qualidade de ensino (12,97%). A grande maioria demostrou ter ficado satisfeito com o curso realizado no exterior: quase 95% avaliou a experiência com notas entre 8 e 10.
Outro dado que reforça a visão positiva sobre a vivência é o número de entrevistados que afirmou ter vontade de fazer outro curso internacional. Há, inclusive, uma forte tendência entre os participantes de sair do Brasil. Após a conclusão dos estudos, a maior parte (58,6%) deles têm vontade de morar, trabalhar e/ou estudar no exterior. Já para 37,99% a vontade é morar e trabalhar no Brasil.
Metodologia e perfil dos participantes - Qual o perfil e o que buscam os jovens do Brasil? - Pesquisa de opinião
Universidades participantes: foram ouvidos 604 estudantes de 25 instituições de ensino superior públicas e privadas nas cinco regiões do Brasil.
Período: de 10 de outubro de 2019 a 30 de março de 2020. Não houve coleta de dados durante o período de férias escolares.
Perfil dos participantes: pessoas de 18 a 25 anos representaram 81,1% dos respondentes, dos 26 aos 30 12,3%. O estado civil de 96,25% era solteiro. As mulheres representaram 57,84%, os homens 37,88% e 4,28% preferem não declarar.
Realização: University of Southern California, Tide Social e IEDE (Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional).
Website: http://www.usc.edu