Aumento da busca por congelamento de óvulos cresce 30% na pandemia
O Brasil segue a tendência mundial relatada por uma recente publicação americana e o crescimento foi registrado tão logo os primeiros casos de Covid-19 foram confirmados
Notícia divulgada no Jornal The New York Post destacou o aumento da procura por congelamento de óvulos em uma das clínicas de fertilização mais famosas de Nova York, a CCRM Fertility, NY. De acordo com a publicação, a procura pelo procedimento começou assim que os primeiro casos de Covid-19 foram registrados na cidade, uma das mais afetadas pela doença. Os pacientes correram para garantir o congelamento de seus óvulos ou sêmen de seus parceiros, ou, na maioria dos casos, os dois procedimentos.
O medo dessas mulheres provocado pela pandemia se mantém em alta já que, segundo algumas análises, a doença poderia causar infertilidade em pacientes infectados. De acordo com o ginecologista e obstetra Dr. Alfonso Massaguer, "há indícios de que a contaminação por Covid-19 comprometa várias células do nosso corpo, como renais e testiculares, mas não há provas que cause infertilidade". Pesquisas mais recentes também confirmam as teorias iniciais e indicam que alguns pacientes ficam com a função renal anormal ou até dano renal, além da lesão no sistema respiratório. Mesmo que essa hipótese não seja 100% confirmada, a Organização Mundial de Saúde, informou que ainda não há nenhuma evidência científica que comprove essa informação, mesmo assim, a busca pelo congelamento de óvulos e sêmen aumentou cerca de 30%. "Já existe um movimento natural de as pessoas terem filhos mais tarde e, não tendo tempo a perder decidem congelar o material para não enfrentar dificuldades no momento em que decidirem pela gravidez. Este período também foi de maior reflexão para muitas mulheres que decidiram pelo tratamento", ressalta o médico.
Para as que ainda não são mães e estão perto de completar 40 anos de idade, o temor é ainda maior, já que essa grande epidemia global impede as pessoas de saírem de casa por longos períodos e, neste sentido, garantir uma gravidez segura no futuro é uma questão preventiva. Por fim, há ainda as que temem uma crise financeira sem precedentes causada pela Covid-19. Segundo o Dr. Alfonso, "As pessoas estão com medo e querem se resguardar, mesmo não tendo um indicativo concreto de que o coronavírus cause efeitos negativos durante a gestação. Os primeiros estudos mostram crianças saudáveis nascidas de gestantes que contraíram o coronavírus", tranquilizou o doutor. "O prolongamento da pandemia fez com que o benefício em congelar supere o malefício da espera. E todas pacientes realizam teste de Covid-19 antes do procedimento, aumentando a segurança."
Cuidados em relação a gravidez tardia
Por conta dos riscos da gravidez aos 40, é importante tomar alguns cuidados essenciais. O primeiro deles é fazer o acompanhamento pré-natal. Além disso, é importante manter cuidados básicos de higiene, assim como uma alimentação balanceada, evitar muito esforço e ter atenção redobrada em relação à ingestão de medicamentos.
Apesar das chances serem menores, uma gravidez aos 40 é totalmente possível. Tudo é uma questão de procurar o profissional certo que possa orientar sobre os melhores tratamentos, os riscos envolvidos no processo, bem como os cuidados a serem tomados para garantir uma gestação mais tranquila.
Uma opção em tratamentos de FIV é a biópsia de embriões, onde células do embrião são retiradas e analisadas em laboratório. Desta maneira, uma análise cromossômica mostra se aquele embrião tem o número correto de cromossomos. Se o embrião possuir um resultado normal deste exame, trará uma gravidez com taxas de abortamento e síndrome de Down menores que de uma mulher jovem.
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