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Banco Central inicia implementação do sistema open banking no Brasil

Novidade abre outras formas de interação do setor bancário com os clientes

29 abr 2019 - 12h25
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O Banco Central (BC) deu início, neste mês, ao processo de implementação do open banking no Brasil. De acordo com o comunicado oficial da instituição, o objetivo é aumentar a eficiência e a competição no Sistema Financeiro Nacional e abrir espaço para a atuação de novas empresas do setor.

Foto: DINO / DINO

"Com o open banking, clientes bancários poderão, por exemplo, visualizar em um único aplicativo o extrato consolidado de todas as suas contas bancárias e investimentos. Também será possível, nesse aplicativo, fazer uma transferência de recursos ou um pagamento sem a necessidade de acessar diretamente o site ou aplicativo do banco", informa a nota do BC.

O fato é que operações mais complexas vêm ganhando espaço no mobile banking, atraindo a atenção dos consumidores. Segundo dados da Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária 2018, a contratação de crédito por smartphones cresceu 141% em 2017 na comparação ao ano anterior. Já as operações de investimentos ou aplicações aumentaram 42% no mobile. "A tendência é de que o banco esteja em todo lugar, mas não é preciso ver uma agência para poder usufruir de todos os serviços", destaca o presidente do banco Semear, Roberto Azevedo.

Para o executivo, que possui grande experiência no setor de tecnologia, não faz sentido um cliente realizar gerenciamento pessoal das finanças numa ferramenta digital para depois executar as operações em um banco físico. "Temos que entender que o banco é apenas um meio. As coisas têm que fluir sem a necessidade de o banco aparecer para prover esse serviço", defende Roberto.

O open banking reforça que os dados bancários pertencem aos clientes e não às instituições financeiras. Assim, as instituições financeiras deverão compartilhar dados, produtos e serviços por meio de abertura e integração de plataformas e infraestruturas de tecnologia.

Os bancos deverão seguir regras para implementar o open banking, mas a expectativa é de que a autorregulação fique a cargo das próprias instituições participantes, que vão cuidar da padronização tecnológica e de procedimentos operacionais, padrões e certificados de segurança e implementação de interfaces. Empresas como o banco Semear já vinham desenvolvendo novas tecnologias e aguardavam a liberação do BC.

O gerente do departamento de Sistemas do banco Semear, Jorge Vaz, salienta que a experiência do usuário é a chave para o avanço na prestação de serviços bancários. "Com muita transparência, estamos ultrapassando a barreira de prestadores de serviço e nos transformando em uma instituição que oferece facilidade, conforto e soluções para os clientes", ressalta.

Conhecer o cliente a fundo e oferecer uma experiência altamente individualizada e em tempo real são o novo foco do setor. "É necessário trazer assistência para aquelas pessoas que estão mal assistidas pelo serviço tradicional e usar a tecnologia de análises para oferecer serviços personalizados de acordo com o perfil de consumo do cliente", explica Vaz.

Dessa forma, também é possível alcançar gerações que já nasceram no universo digital e que buscam experiências bancárias mais simples e ágeis. "Em vez do produto pré-formatado, nossa intenção é oferecer um serviço realmente desenhado e mais assertivo, que se adapte à realidade daquele consumidor ou empresa", completa o gerente.

Ele ressalta que é necessário ressaltar que a transformação digital não compreende somente migrar serviços de uma plataforma para outra, mas trazer inovação em soluções que otimizem o tempo e recursos dos usuários. "Estamos passando por um momento de democratização das informações e dados bancários, uma quebra de paradigmas que requer estratégia bem desenhada para que seja efetiva e venha transformar a forma como os usuários consomem o fluxo de dados bancários", afirma.

Com o open banking, modelo de negócios muito comum na Europa, o banco passa a voltar seus esforços para processos mais críticos e libera interfaces embasadas em APIs (Application Programming Interface) para que outras empresas parceiras possam criar aplicativos que auxiliem e agreguem valor aos serviços bancários. Atualmente, todos os serviços, processos e até os aplicativos são desenvolvidos e gerenciados de forma interna, o que dá ao banco controle total sobre as operações realizadas pelo usuário.

Jorge Vaz explica que o open banking é uma forma adequada de prestar serviço eficiente para o público-alvo. "Estamos nos movimentando para criar e oferecer esse tipo de facilidade; direcionando nossos esforços para construir a estrutura necessária para executar o processo", explica.

Toda segurança possível é necessária nesse processo pelo risco sistêmico envolvido, afirma o presidente do Semear. "O compartilhamento de dados é uma realidade e o setor financeiro não deve negligenciar a operação dentro dos conceitos de open banking", analisa.

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