Comunicação entre animais é alvo de pesquisadores
A comunicação sonora é o principal meio de comunicação do peixe-boi da Amazônia.
Animais se comunicam utilizando sinais que podem incluir pistas visuais, auditivas ou baseadas em sons, químicas, ou táteis baseadas em toque.
Os animais utilizam-se da comunicação sonora para informar a indivíduos da mesma espécie ou a espécies diferentes sobre comportamentos que estão prestes a manifestar, por exemplo: quando estão com fome; para alertar quando algo em seu meio natural está diferente, como forma de proteção à caça predatória; no momento do acasalamento ou quando estão irritados.•.
O estudo realizado pela Bioacústica ganhou destaque no Brasil, pois pode aumentar o conhecimento sobre as características de determinados animais, além de ser uma forte ferramenta na preservação e conservação de diferentes espécies, enfatiza Vininha F. Carvalho, editora da Revista Ecotour News (www.revistaecotour.news).
Esta técnica foi utilizada pelo Laboratório de Mamíferos Aquáticos (LMA) do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT), em parceria com a Associação Amigos do Peixe-boi (Ampa). O intuito é conhecer melhor as características dos mamíferos aquáticos da Amazônia.
Os estudos foram realizados com peixes-boi que vivem no Parque Aquático Robin C. Best do Inpa. Segundo a bióloga Louzamira Biváqua, os dados coletados com essas pesquisas podem servir para auxiliar os cientistas a entender o comportamento do animal em vida livre.
Durante as gravações em cativeiro, a maioria dos pesquisadores utilizou planilhas com informações comportamentais dos animais estudados no momento que o som estava sendo produzido.
Através da produção sonora, os peixes-boi são capazes de reconhecer os outros indivíduos da mesma espécie o que evidencia que cada animal possui uma característica sonora individual (assinatura vocal). A comunicação sonora é o principal meio de comunicação do peixe-boi da Amazônia e é muito importante, principalmente, no contato mãe e filhote.
Os cachorros se comunicam usando feromônios. Eles se cheiram uns aos outros para coletar esta informação química e muitas das substâncias químicas são também liberadas na urina deles. Ao urinar em um arbusto ou poste, um cachorro deixa uma marca de sua identidade que pode ser lida por outros cachorros que por ali passam, e pode afirmar sua posse do território próximo, informa Vininha F. Carvalho.
O investimento em novas tecnologias vem permitindo que as pesquisas científicas possam avançar a largos passos. No LMA, a técnica da Bioacústica também já foi aplicada a estudos feitos com as ariranhas (Pteronura brasiliensis), boto-vermelhos (Inia geoffrensis) e tucuxis (Sotalia fluviatilis).
Os estudos com golfinhos amazônicos foram realizados no sistema hídrico da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (RDSM), distante da capital Amazonense cerca de 700 km, pelos pesquisadores Vera da Silva, Jeffrey Podos e Marcos Rossi-Santos. Por meio da pesquisa, eles observaram que as vocalizações produzidas pelo boto-vermelho têm uma estrutura diferente dos típicos assobios emitidos por outros golfinhos.
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