Detetive particular: tecnologia espiã coloca segmento em destaque
O ramo da investigação particular tem atraído cada vez mais adeptos. Entre eles, pessoas que se identificam com a profissão desde muito cedo, a começar pelo interesse em filmes de suspense e séries de FBI, onde a vontade em desvendar os fatos aumenta a cada cena.
Segundo a Lei 13.432/2017, atualmente o profissional pode atuar até mesmo em investigações policiais, uma vez que autorizada pelo cliente e delegado de polícia. Conforme a regulamentação, para seguir a carreira de modo autônomo ou em agências especializadas, é preciso não só ter formação acadêmica, como se atentar as normas estabelecidas pela lei.
Além disso, vale ressaltar que, ao contrário da ficção, o trabalho de um investigador particular envolve uma série de responsabilidades. Raciocínio lógico e conhecimento de técnicas e ações estratégicas também são características que diferem um bom investigador, o tornando apto para trabalhar em diferentes casos.
Embora a rotina de um detetive esteja voltada para assuntos privados como casos familiares, empresariais e de desaparecimento, o serviço de investigação conjugal é o mais procurado pelo público. "De 8 clientes que atendemos semanalmente, 6 nos contratam para investigar a possível infidelidade do cônjuge", diz Edson Frazão, detetive particular e proprietário da 007 Detetives há mais de 20 anos.
Tecnologia espiã
O agente que iniciou a carreira aos 28 anos de idade enfatiza as mudanças positivas que a tecnologia proporcionou para seu segmento. "Tudo muda o tempo todo, assim como os meios de trair. Hoje as pessoas se preocupam mais com o que acontece no virtual, do que com o ato em si. É nesse cenário que utilizamos ferramentas como aplicativos espiões e softwares que nos possibilitam extrair dados e recuperar até mensagens apagadas", ressalta Edson.
Por meio do disfarce e perseguição, o detetive conta que chegou até a se infiltrar em empresas, localizar cargas roubadas, identificar atos ilícitos de sócios, além de funcionários que faltavam para trabalhar em concorrentes e ganhavam o dia com atestado comprado. Para maior credibilidade do serviço, os detetives particulares fazem o uso de outros equipamentos como microcâmaras escondidas e rastreadores que aceleram o decorrer da investigação e traz a verdade à tona por meio de áudios, fotos e filmagens.
Contudo, nem sempre exercer essa função é uma tarefa fácil e por vezes, pode colocar o profissional em risco. "Atuei em um caso onde uma criança de apenas um ano e meio foi sequestrada. Levou cerca de 3 meses até que descobríssemos o cativeiro", lembra.
Cursos para detetive
Como dito anteriormente, o desejo de se tornar um detetive particular aumentou nos últimos anos. No Brasil, por exemplo, a estimativa é que existam mais de 60 mil pessoas inseridas no ramo investigativo. De acordo com a legislação, o agente deve ser formado em cursos específicos da área, cumprindo uma média de 600 horas. Sendo assim, hoje muitas agências de detetives estão investindo na formação de profissionais ao oferecer aulas teóricas e práticas.
"O curso custa em torno de 2.000 reais, dependendo do pacote que o aluno fecha conosco. Aulas práticas são cobradas à parte, mas são essenciais para ter ideia das atividades que farão parte do cotidiano", destaca Edson.
Há quem julgue o investimento caro, mas Edson chama atenção para o fato de que os ganhos como detetive particular podem ultrapassar R$150 mil ao mês. "O profissional recebe por investigação e o valor varia conforme a complexidade do caso", finaliza o especialista.
Website: https://www.detetives007.com.br/
Website: http://www.detetives007.com.br