Dívidas ainda são realidade na vida dos brasileiros
Falta de planejamento e controle financeiro colabora para o aumento de inadimplentes
Conforme vem sendo percebido, o Brasil ainda não conseguiu se recuperar da última crise econômica. Para o Instituto Brasileiro de Economia (IBRE) e a Fundação Getúlio Vargas (FGV), a expectativa é de recuperação do nível do PIB (Produto Interno Bruto) apenas em 2020.
Esta situação vem desencadeando um aumento de pessoas inadimplentes. De acordo com o Serviço Proteção ao Crédito (SPC), até o mês de julho a quantidade de pessoas com dívidas chegou em aproximadamente 63,4 milhões.
As dívidas ainda estão fazendo parte da realidade de muitos brasileiros. E como muitos estão buscando soluções rápidas, acabam ficando ainda mais enrolados com as despesas.
O empréstimo tem sido uma alternativa para as pessoas quitarem suas contas em atraso. No entanto, esta situação tem aumentado ainda mais o problema financeiro de muitos brasileiros, por não conseguirem honrar com as prestações mensais.
De acordo com o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), 23% dos brasileiros fizeram algum tipo de empréstimo nos últimos 12 meses, enquanto 12% buscaram por crédito pessoal em bancos e 7% em financeiras.
A maioria das pessoas utilizou o dinheiro do empréstimo para pagamento de dívidas, e até mesmo para quitar o valor de outros empréstimos. Porém, alguns utilizaram o dinheiro para reforma da casa, pagamento de contas básicas, compra de mantimentos e para a compra ou troca de carro.
Independentemente de como surgiu a dívida, é interessante que a pessoa não tome qualquer decisão precipitada para saná-la. Antes de mais nada, é preciso conhecer a sua real renda e o valor das suas despesas mensais. Pode parecer estranho, mas muitas pessoas não sabem o quanto, de fato, recebem e o quanto realmente gastam por mês.
Com esses dados em mãos, será possível avaliar quais gastos podem ser diminuídos, ou até mesmo cortados. E, a partir daí, fica mais fácil verificar a quantidade de dinheiro que está disponível todo mês para a quitação das dívidas.
Este conhecimento das rendas e despesas pode ser o primeiro passo para o processo de aprendizagem sobre educação financeira. As pessoas que têm um bom controle financeiro, acabam se preocupando menos com as contas do mês, e ainda podem programar uma viagem com a família, por exemplo.
Assim que conseguir quitar as contas atrasadas, é interessante começar a
construir uma reserva de dinheiro. Este reserva permite se manter sem a renda principal por um curto período de tempo.
Não existe uma definição exata para este intervalo, o interessante é que esta renda consiga quitar todas as despesas por alguns meses. Desta forma, tem-se tempo hábito para encontrar um novo emprego sem se preocupar com dívidas se acumulando, por exemplo.
Uma dica para conseguir manter a disciplina de reservar um percentual do salário todos os meses, é realizar a transferência do valor estipulado para um lugar diferente da conta que é utilizada para os gastos do dia a dia.
Apesar dos juros da poupança não apresentarem bons resultados, muitas pessoas escolhem transferir o dinheiro para esta conta devido à sua facilidade e segurança.
A poupança pode ajudar de início quem está aprendendo a poupar e controlar as finanças, mas é preciso entender que manter este dinheiro parado significa perda de oportunidades.
Assim que tiver uma boa quantia de dinheiro economizada, o mais indicado é aplicar o capital em investimentos que, de fato, vão ajudar a potencializar os rendimentos. Uma boa ideia para dar um passo além da poupança é conhecer outros investimentos, como os de renda fixa, que são tão quanto a caderneta e mais rentáveis.
O ideal é não deixar que o medo e o comodismo atrapalhem os sonhos e objetivos financeiros. Para isso, o conhecimento de outras possibilidades para o dinheiro render de verdade com o passar do tempo, pode contribuir para o investidor ficar ainda mais perto dos seus sonhos.
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