Do Brasil para o mundo: o sucesso da capoeira no exterior
Pelo mundo afora, a capoeira vem ganhando cada vez mais espaço nos países Europeus. A arte marcial foi criada pelos escravos que vieram da África para o Brasil e seus descentes, para que pudessem se defender e fugir para os quilombos. Os mesmos não tinham armas para usar contra os benfeitores, mas possuíam a dança e a música enraizadas em sua cultura e começaram a notar uma forma de defesa dentro dessa prática a partir de seus movimentos ágeis e precisos. A técnica de luta atrai cada vez mais adeptos, principalmente no exterior, já que é praticada em vários países.
Jhenifer Soares é uma capoeirista que pratica o esporte desde pequena, com 9 anos, logo após seu pai ter falecido, ela encontrou no esporte uma forma de superar e que acabou se tornando seu estilo de vida. "Minha história com a capoeira é muito bonita, comecei com 9 anos, quando tinha acabado de perder meu pai. Anos mais tarde após perder também minha mãe, meu professor de capoeira, Geninho, acabou me adotando. Ele hoje é minha família, que me incentiva a participar dos campeonatos pelo mundo e me apoia em tudo", conta a atleta.
Jhenifer treina há muitos anos e compete em diversos lugares ao redor do mundo, como Austrália, Londres e ainda chegou a ficar em segundo lugar no Campeonato Mundial de Capoeira em Barcelona. Na visão da capoeirista a prática fora do Brasil é muito mais valorizada, tanto culturalmente como financeiramente.
Jhenifer começou sua carreira na Bahia, estado onde nasceu. Passou de instrutora de academia a uma atleta de sucesso fora do país, atualmente mora em Londres onde ensina o esporte para brasileiros e europeus e conta as diferenças que encontra entre os países. "Os Europeus são apaixonados pela capoeira, a dança, a cultura, as músicas, eles adoram! Eles aprendem a nossa língua através dos nomes dos golpes de ataque e defesa, os cantos, é um verdadeiro mergulho na nossa cultura. A própria BBC sempre nos contata para todos os tipos de matérias sobre esporte, principalmente se tem alguma apresentação que precise de uma movimentação corporal ou algo assim", diz a capoeirista. "No Brasil apesar de muito conhecida infelizmente não acontece a mesma valorização financeira, ainda há enraizado certo preconceito principalmente nas classes mais favorecidas, tem a estigma de ser um esporte de periferia, de malandro", completa.
Ela ainda conta que a capoeira pode ser mais do que um esporte ou uma dança, e sim as duas coisas ao mesmo tempo. Pois a movimentação corporal da capoeira é diferente de qualquer outro esporte. Jhenifer Soares pratica uma capoeira modelo, onde o que mais importa é saber controlar os movimentos sem atingir o adversário. O objetivo principal é chamar a atenção para um salto bonito, um passo acrobático, com agilidade e belos movimentos.
A capoeirista conclui com a ideia de que dentro da roda não precisa haver violência. "Eu pratico a capoeira modelo, existem grupos de capoeira onde nos campeonatos precisa golpear o adversário para marcar pontos, é mais violento e agressivo. Na roda não precisa ter violência, mas sim mostrar movimentos bonitos e acrobáticos, mostrar a arte dentro desse esporte".
Em 2014, a capoeira se tornou um patrimônio cultural imaterial da humanidade pela UNESCO. Muito falada por seus movimentos ágeis, ritmo acelerado e saltos intensos, a capoeira é muito mais que uma luta e sim realmente uma arte. Pois é marcada por sua intensa relação com a cultura, com a música e ainda, lembrada como um importante movimento de expressão que garantiu a liberdade de escravos no passado (Fonte: Jornalggn)
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