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Doenças Crônicas Não Transmissíveis, maiores causadoras de mortes no mundo, são discutidas em evento na FMUSP

Public Health Institute realiza o 4º Encontro do Fórum permanente Intersetorial para Combate às DCNTs no Brasil

25 abr 2019 - 11h37
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O Public Health Institute (PHI), uma das maiores e mais tradicionais organizações sem fins lucrativos na área de saúde pública, dos EUA, promoveu o 4º Encontro do Fórum Intersetorial para Combate às doenças crônicas não transmissíveis DCNTs no Brasil, na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). O evento, que tem entre seus parceiros a Medtronic Foundation, o CIES Global, a Associação Brasileira de Hipercolesterolemia Familiar (AHF), a Novo Nordisk, a Abbott e a ADJ Diabetes Brasil, reuniu mais de 50 instituições da área de doenças crônicas não transmissíveis, entre elas o Ministério da Saúde e a Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo.

Foto: Forum DCNTS / DINO

Relatório Sombra

Durante o evento, foi divulgado o Relatório Sombra sobre o Plano Nacional para o enfrentamento das DCNTs do Ministério da Saúde. Nele, há dados muito preocupantes, especialmente os relativos a importantes fatores de risco para DCNTs, como: aumento da prevalência de sobrepeso e obesidade (de 48,5% para 54% e de 15,8% para 18,9%, respectivamente) e no consumo abusivo de álcool (de 17% para 19,1%).

Mesmo as doenças crônicas não transmissíveis sendo responsáveis por mais de 72% das mortes no Brasil, o financiamento para controle das mesmas é limitado, recebendo menos de 2% de todo o investimento da saúde global.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, para cada US$1 investido na ampliação de ações para prevenir e tratar essas doenças em países de baixa e média renda, há um retorno para a sociedade de pelo menos US$7, resultante de aumento da produtividade, redução de custos hospitalares e longevidade saudável da população.

Plano Nacional para redução das DCNTs

O Plano Nacional para redução das DCNTs no Brasil inclui:

- diminuir a taxa de mortalidade prematura em 2% ano e a prevalência de obesidade em crianças e adolescentes;

- deter o crescimento da obesidade em adultos;

- aumentar a prevalência de atividade física no lazer;

- diminuir o consumo médio de sal e de álcool;

- estimular a ingestão de frutas e hortaliças;

- reduzir a prevalência de tabagismo para 9% em 2022, aumentar a cobertura de mamografia em mulheres entre 50 e 69 anos e de exame preventivo de câncer de colo uterino em mulheres de 25 a 64 anos;

- e, por último, tratar 100% das mulheres com diagnóstico de lesões precursoras de câncer.

Alinhado com estas metas, a organização do Fórum DCNTs dividiu as instituições presentes em grupos para desenvolver parcerias, mobilizando os setores público, privado e terceiro setor em iniciativas integradas, com responsabilidades compartilhadas e baseadas em experiências de sucesso para atingir resultados, que ampliem a visibilidade das DCNTs e favoreça a prevenção e o controle das mesmas com engajamento da mídia.

O primeiro grupo tem como meta a implementação de protocolos de hipercolesterolemia familiar nas redes municipal e estadual de saúde, além de conscientizar a população e os parlamentares e capacitar os profissionais de saúde das UBSs (Unidades Básicas de Saúde). Já o segundo grupo aproveitou as lições tiradas dos programas HealthRise, HeartRescue e Cuidando do Seu Coração, e escolheu escalar eficiência dos cuidados com diabetes e hipertensão, além de discutir estratégias para avaliação de impacto, advocacy e sustentabilidade de programas para a população.

Outra equipe está trabalhando no projeto de Detecção e Tratamento Precoce do Câncer, com foco na Lei dos 60 dias para acelerar o fluxo de pacientes, por meio de advocacy e de benchmarking nos estados brasileiros. A penúltima equipe decidiu trabalhar por uma aliança pela alimentação saudável, com foco na rotulagem alimentar, mobilizando redes e criando uma aliança de cooperação sul-americana. Por fim, o último grupo se reuniu para implementar estratégias multissetoriais para prevenção de DCNTs/Obesidade, com foco em saúde mental; suas estratégias incluem promoção de campanha de mobilização, oficinas com adolescentes, quebra de estigmas e sinergia com programas de estímulo à atividade física.

Por meio do Fórum, todas as iniciativas têm o objetivo de contribuir com as metas do Plano Nacional para redução das DCNTs no Brasil e da agenda 2030, especialmente relacionadas com as metas 3.4 (reduzir em 1/3 as mortes precoces decorrentes de DCNTs) dos objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU.

Mais informações podem ser obtidas em: https://forumdcnts.org/noticias/quarto-encontro-ForumDCNTs

Sobre o Public Health Institute

O Public Health Institute (PHI) se dedica a promover a saúde, o bem-estar e a qualidade de vida das pessoas em toda a Califórnia, nos Estados Unidos, e em todo o mundo. O PHI trabalha em 11 áreas-foco para gerar e promover pesquisas, conhecimentos e liderança, e facilitar parcerias a fim de fortalecer políticas, programas, sistemas e práticas de saúde pública. Fundado em 1964, o PHI é o primeiro e maior instituto dedicado à saúde pública nos Estados Unidos. Possui mais de 700 funcionários, trabalhando em 225 projetos, em 26 países. Com um orçamento operacional anual de mais de 100 milhões de dólares, o PHI é financiado por 90 parceiros ativos. É, por diversos anos, nomeado um dos top 50 "Best Non-profits To Work For", pela revista Non-Profit Times.

Website: https://forumdcnts.org/noticias/quarto-encontro-ForumDCNTs

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