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DINO

É possível salvar uma árvore com menos de 1 real

5 ago 2019 - 16h35
(atualizado em 7/8/2019 às 11h32)
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É possível manter uma árvore de pé na Mata Atlântica durante 1 ano com apenas R$ 0,80.

Foto: DINO / DINO

Essa possibilidade decorre de um instrumento ainda pouco utilizado no Brasil, chamado Pagamento por Serviços Ambientais (PSA). Por meio dele, proprietários de áreas preservadas além do limite exigido pela lei podem ser remunerados ao assumir (e cumprir) o compromisso de manter as florestas de seus imóveis de pé, ainda que não tenham essa obrigação.

Atualmente, proprietários preservacionistas, ou seja, com mais floresta em suas áreas do que determina a lei, são remunerados em operações de compensação ambiental. Isso significa que proprietários em cujas áreas há menos vegetação em relação ao que determina a lei podem compensar essa diferença pagando para que outros preservem além da sua obrigação.

Apesar do mercado de compensação ambiental estar em franca ascensão nos últimos anos, ainda não é capaz de absorver toda a vegetação excedente dos imóveis dos proprietários preservacionistas. André Castro Santos, colaborador da ECCON Soluções Ambientais , explica que, para se tornar apta à compensação, uma área preservada deve atender a determinados critérios geográficos, devendo estar no mesmo bioma da área a ser compensada, e em alguns casos, no mesmo estado e na mesma bacia hidrográfica.

Por não atender a esses critérios, muitas áreas são excluídas dos benefícios trazidos por essa modalidade de negócio, aumentando exponencialmente o risco de desmatamento legal no Brasil.

Nesse cenário, a modalidade de transferência da recursos para projetos sustentáveis por meio do PSA surge como alternativa. Nesse modelo, particulares recebem recursos para viabilizar financeiramente suas iniciativas.

A preservação como negócio

Uma das formas mais aplicadas de pagamento por um serviço ambiental no Brasil são os projetos de créditos de carbono. Por meio deles, pessoas físicas ou jurídicas adotam voluntariamente modos de produção mais sustentáveis. Ao comprovarem que essa iniciativa foi responsável pela redução da emissão de gases intensificadores do efeito estufa (dos quais se destacam o gás carbônico e o gás metano) são remuneradas por empresas interessadas em compensar suas emissões.

A circulação de créditos de carbono é regulamentada por normas internacionais e podem beneficiar, por exemplo, projetos que reduzam a emissão no processo de geração de energia ou que reduzam desmatamento. Contudo, o preço do carbono varia, podendo ser afetado pelo cenário político internacional e pelo andamento das negociações que estabelecem obrigações de redução de emissões entre os países signatários do Acordo de Paris e da Convenção da Organização das Nações Unidas (ONU) para o Clima.

Por isso, conforme explica Yuri Rugai Marinho, diretor da ECCON, estabelecer instrumentos nacionais de remuneração aos particulares que preservam o meio ambiente é uma forma muito eficiente de fazer da preservação um negócio e não um ônus: "Ao preservarem a vegetação de seus imóveis em área superior à exigida pela legislação, os proprietários preservacionistas fornecem a toda a sociedade serviços ambientais fundamentais à saúde e a diversas atividades econômicas. Mas, essa preservação tem custos. Por isso, a criação de meios que levem recursos a essas pessoas é um modo eficiente de manter de pé florestas que são passíveis de desmatamento legal."

Idealizada para cadastrar áreas aptas a receber compensação ambiental, a plataforma online da ECCON chamada Banco de Áreas Verdes reúne também oportunidades para a preservação via PSA.

Preservar as florestas está ao seu alcance e custa menos de 1 Real por ano

Com o recente aumento do desmatamento no Brasil, a ação da sociedade civil e do mercado para ações preservacionistas torna-se ainda mais fundamental.

Yuri Rugai Marinho, idealizador da iniciativa PSA ECCON reforça a importância de olhar com atenção para os imóveis que contenham área preservada em proporção maior do que a obrigação legal. "Para que essas áreas se mantenham preservadas, é fundamental remunerar os proprietários. Caso contrário, poderão suprimir a vegetação que a lei lhes permite para garantir seu sustento", explica.

Pesquisa realizada pela equipe da ECCON concluiu que, com R$ 0,40 entregues ao proprietário de uma floresta, é possível manter uma árvore em pé. Os cálculos levaram em conta o valor praticado atualmente pelo mercado de compensação ambiental em áreas de Mata Atlântica no Estado de São Paulo.

Em 2019, proprietários de áreas preservadas de Mata Atlântica em São Paulo cobram, em média, R$ 600,00 para manter preservado 1 hectare por um ano no mercado de compensação ambiental. Segundo dados do Programa de Pesquisas em Caracterização, Conservação, Restauração e Uso Sustentável da Biodiversidade (Biota-FAPESP) , um hectare de Mata Atlântica é coberto por 1.488 árvores em média, de forma que, em valor aproximado, R$ 0,40 são suficientes para manter uma árvore de pé durante um ano.

Ou seja, o esforço financeiro para quem pretende contribuir na forma de PSA não é tão grande. O desafio é criar mecanismos transparentes e eficientes que façam esse dinheiro chegar nas mãos certas: os proprietários rurais preservacionistas.

A ECCON desenvolveu um sistema que permite aos pagadores (empresas e consumidores em geral) destinarem seus recursos diretamente aos proprietários, garantindo a preservação. Fica sob responsabilidade da ECCON a análise da idoneidade e legalidade dos proprietários, bem como o monitoramento remoto das áreas preservadas.

Yuri explica que, ao acessar o recurso angariado, o proprietário compromete-se a não desmatar sua área preservada. "Há uma relação direta entre a remuneração e a proteção do meio ambiente. Esse recurso financia a preservação", completa Yuri.

DINO Este é um conteúdo comercial divulgado pela empresa Dino e não é de responsabilidade do Terra
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