Era digital demanda maestria em soft skills, afirma especialista
Na era da transformação digital e da 4ª Revolução Industrial, os gestores precisarão transformar seu mindset estratégico e ampliar sua compreensão da realidade. Para tomar decisões acertadas em um ambiente volátil, incerto e complexo, eles necessitarão de maior conhecimento e domínio sobre quatro inteligências: a inteligência emocional, perceptiva, lógica e interpessoal.
Necessitarão ser mais ágeis e flexíveis, e aprenderem a lidar com a diversidade de colaboradores composta pela maioria de millenials. E, mais imprescindível ainda, precisarão saber como engajar e inspirar as pessoas para enfrentar o gigantesco desafio de promover as transformações necessárias para que sua organização atravesse as mudanças desse novo ambiente de negócios.
Essa recomendação é do professor Marco Aurélio Morsch, coordenador do Curso de Extensão Gestão Estratégica e de Pessoas, que se realizará na Universidade Presbiteriana Mackenzie de 23 de novembro a 07 de dezembro de 2019. Para conhecer mais sobre o programa, visite o site https://www.mackenzie.br/cursos-curta-duracao/sao-paulo-higienopolis/estrategia-e-inovacao/gestao-estrategica-e-de-pessoas/
Liderança transformacional e pelo exemplo
"Para lidar com as mudanças aceleradas da era digital e Industria 4.0 precisaremos de mais líderes transformacionais e pelo exemplo", explica Morsch. Para o especialista, que também é fundador da Morsch Consulting, a transformação digital está provocando grande impactos na gestão do capital humano, nas estratégicas organizacionais e nas competências requeridas da liderança e de suas equipes.
Uma pesquisa recente feita pela Deloitte com mais de 10 mil gestores de 140 países, revelou que o desenvolvimento da liderança é um dos 4 principais desafios (e lacuna) na transição que as organizações estão enfrentando. Entre as principais mudanças incluem-se: repensar o modelo de gestão e liderança organizacional (incluindo conceitos de inovação, agilidade, inclusão e trabalho colaborativo) estão: liderar a transformação digital (identificando e desafiando talentos capazes de transformar); garantir ética e compliance para prestação de contas aos públicos interessados e formar sucessores e novo líderes.
A firma de consultoria destaca entre as novas habilidades gerenciais três capacidades: Capacidade de transformação cognitiva (Pensar diferente); Transformação comportamental (Agir diferente) e Transformação emocional (Reagir diferente)
O modelo de liderança que o curso ensina está baseado em uma pesquisa realizada com mais de 500 mil executivos ao longo de 30 anos por James Pouzes e Barry Kosner, autores do livro "O Desafio da Liderança: como fazer coisas extraordinárias acontecerem na sua organização", que concluiu que os líderes excelentes tem cinco práticas em comum: modelam seu estilo de liderança pelo exemplo; gerenciam a si mesmo se desenvolvendo continuamente, inspiram uma visão comum em suas equipes, questionam o processo, mudando paradigmas, capacitam os colaboradores para a ação e falam para os corações, e não para as mentes, dos seguidores. Veja mais em https: https://www.linkedin.com/pulse/5-pr%C3%A1ticas-para-aperfei%C3%A7oar-sua-capacidade-de-morsch-msc/
As habilidades para o futuro e o papel da gestão de pessoas
Morsch lembra também o Relatório do Fórum Econômico Mundial (WEF) que apresentou as 10 principais habilidades para a Era da 4ª. Revolução Industrial:
- Solucionar problemas complexos
- Pensamento crítico
- Criatividade
- Gestão de Pessoas
- Coordenação e integração com equipes
- Inteligência Emocional
- Discernimento na tomada de decisão
- Orientação para atendimento e serviços
- Negociação
- Flexibilidade Cognitiva
"No contexto do futuro os gestores precisarão ir além do conhecimento das novas ferramentas de gestão como Scrum, Big Data, User Experience, Agile e Design Thinking, entre outras", explica o professor. "Para obter resultados extraordinários, os gestores precisarão ter maestria no uso das soft skills - habilidades comportamentais e de relacionamento, com maior conhecimento e domínio sobre inteligências como inteligência emocional, perceptiva, lógica e interpessoal(ou social). E, mais imprescindível ainda, precisarão saber como engajar e inspirar as pessoas para enfrentar o gigantesco desafio de promover as mudanças e transformações necessárias para que as suas organizações vão atravessar".
De acordo com Morsch, essa premissa, mesclada com a teoria desenvolvida no livro "Competências Gerenciais: princípios e aplicações", de Robert W. Quinn e Michael P. Thompson, juntamente com bibliografia de pensamento estratégico, fundamenta a estrutura pedagógica deste programa de curta de duração que abrange 24 horas-aula.
Desenvolvendo as habilidades gerenciais
O objetivo principal do curso é desenvolver as habilidades estratégicas e de gestão de pessoas necessárias para os gestores de todos os níveis serem capazes de atingir alta performance em ambientes de contínua turbulência, incerteza e complexidade.
"Para lidar eficazmente com as pessoas o gestor deve primariamente ter autoconhecimento e saber gerenciar a si mesmo. Assim, conhecer seus pontos fortes e a desenvolver, ter autocontrole emocional, saber se comunicar, dar e receber feedback, agir com transparência e manter bom relacionamento interpessoal com quem se relaciona é fundamental para seu sucesso", explica Morsch.
Uma pesquisa recente feita pela Harvard Business Review revelou que dois terços dos gestores se sentem desconfortáveis na comunicação com colaboradores e 37% tem receio de dar feedback para seus funcionários. A comunicação tem sido uma das soft skills mais valorizadas pelas empresas na contratação de gestores e profissionais. De acordo com uma pesquisa da GMAC feita em 2017 com recrutadores nos Estados Unidos, a comunicação foi apontada como a competência profissional mais importante, seguida por adaptabilidade, integridade, ética e capacidade de valorizar a opinião dos outros.
A gestão da diversidade nas organizações também tem sido um dos grandes desafios enfrentados pelos gerentes no mundo VUCA. Morsch destaca que a diversidade não se refere apenas a questão de gênero, credo ou raça, mas também a diferença de gerações no ambiente de trabalho. "Muitos gestores têm equipes com membros que integram a geração X, a geração Y e a geração Z, ou do milênio. São perfis bem diferentes, que enriquecem a performance da equipe, mas exigem habilidade superior da gestão no entendimento e trato com cada um", explica o professor.
Morsch destaca também a falta de preparo de muitos gestores para assumir cargos de alta gestão. "Temos observado que várias empresas têm tido dificuldades na hora de escolher líderes sobretudo para a alta direção por falta de candidatos com suficiente visão estratégica, capacidade empreendedora e soft skills - como comunicação, flexibilidade e inteligência emocional", esclarece Morsch.
Ao desenvolver os gestores para a excelência na gestão estratégica e de pessoas, permitindo o aprendizado e prática de novas habilidades e metodologias de gestão necessárias para o futuro, o curso, cujas inscrições estão abertas até 16 de novembro, espera também contribuir para o crescimento e desenvolvimento de novas lideranças no país.
Website: https://www.linkedin.com/in/marcoaureliomorsch