Especialista explica o que é a Síndrome do Edifício Doente
Com a proximidade do inverno, doença que já está presente em 30% dos prédios ao redor do mundo pode atrapalhar muita gente
O inverno ainda não começou, mas algumas cidades já sentem a chegada de frentes frias, com temperaturas mais baixas. Com a proximidade da nova estação, que terá início em 21 de junho, as pessoas tendem a se concentrar mais em locais fechados. Com aglomerações em ambientes mal arejados, pode surgir um inimigo pouco conhecido: a Síndrome do Edifício Doente (SED). O problema - que já está presente em 30% dos edifícios no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) - pode causar desde irritação nasal e ocular até dificuldades respiratórias, dores de cabeça e febre nos ocupantes destes locais.
A doença está intimamente associada a fatores como falta de impermeabilização, higienização e falta de manutenção no sistema de ar-condicionado. Altas concentrações de monóxido de carbono (CO) e cheiro de tinta também facilitam o surgimento da SED. Com as pessoas habitando por mais tempo locais fechados para fugir do sereno, mais indivíduos manifestarão a doença.
Segundo o coordenador técnico do Brasil Sem Alergia, o médico Marcello Bossois, identificar a SED não é lá tão simples: "Por recomendação da OMS, o diagnóstico se faz pela presença de dois ou mais sintomas, que se manifestam pelo menos duas vezes por semana, no interior do prédio, e diminuem quando a pessoa deixa o ambiente em questão", explica. "Em geral, as pessoas vão levar muito tempo para perceberem que os sintomas estão relacionados ao ambiente em que estão", comenta o especialista.
Com o passar do tempo, a SED pode evoluir para casos mais graves de saúde. "Por si só, a Síndrome do Edifício Doente - que, segundo estimativas, está presente em cerca de 50% dos prédios no Brasil - já pode levar a quadros de rinites, faringites e laringites. Quando mal tratada, a doença pode desencadear o surgimento de infecções das vias inferiores (como asma brônquica) e pneumonia", alerta Dra. Patrícia Schlinkert, que também integra o Brasil Sem Alergia. Além disso, a própria exposição aos fatores que causam a SED - como infiltrações, má qualidade do ar, ácaros e poeira - pode provocar ou agravar quadros de alergias respiratórias e/ou dermatológicas. Hoje, cerca de 35% dos brasileiros têm algum tipo de alergia, de acordo com o Ministério da Saúde.
Veja 7 dicas para evitar a Síndrome do Edifício Doente:
- Lavar as narinas com soro fisiológico;
- Sempre que possível, abrir portas e janelas para facilitar a circulação do ar;
- Fazer a manutenção do ar-condicionado a cada 6 meses;
- Evitar o acúmulo de revistas, jornais, carpetes e tapetes;
- Não ficar em locais fechados por longos períodos;
- Lavar as mãos com regularidade;
- Higienizar bem o ambiente.
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