Febre amarela e gravidez: apenas a ponta do iceberg
Conteúdo escrito por Alfonso Massaguer e Vamberto Maia, especialistas em reprodução humana
Postos de saúde lotados e enormes filas de famílias desesperadas em busca da vacina para febre amarela. Um verdadeiro clima de histeria está acometendo os brasileiros. Mas tudo isso poderia ser minimizado com mais informações a respeito da doença e suas causas e, também, doses suficientes de vacinas para imunizar toda a população.
A vacina contra a Febre Amarela é composta do vírus vivo atenuado e não é indicada para menores de nove meses e maiores de 60 anos, pessoas alérgicas a proteína do ovo e imunodeficientes. As gestantes e lactantes também não podem receber a vacina. E como fica a situação dos casais que estão tentando engravidar?
Muitos casais estão nesse momento liberados para engravidar, tentando avidamente conseguir realizar o tão sonhado desejo de ter um filho. E não estamos falando de pouca gente, já que os estudos indicam que até 10% dos casais são inférteis. Casais que já tomaram a vacina alguma vez na vida não precisam repetir e aqueles que moram ou vão transitar por áreas de risco devem evitar a gravidez por 30 dias após a vacinação. O risco da vacina para mãe e filho é ainda pouco reconhecido. Poucos são os trabalhos publicados sobre o tema, mas o fato é que em nenhum destes houve aumento de má-formação fetal quando a vacina foi usada na gravidez. O risco também é baixo em áreas urbanas, mas ainda assim a vacina para gestantes está contraindicada.
O Brasil passa por um momento difícil, que se reflete em aumento de riscos para uma grávida não só pela onda de violência, mas também pelo crescente aumento de casos de doenças como dengue, zika, chicungunha e agora a febre amarela, a "nova ponta do iceberg". A orientação para todas as grávidas, lactantes e aquelas mulheres que desejam engravidar é uma só. Neste momento a forma mais segura de evitar essas doenças é adotar medidas preventivas. É caprichar no repelente e evitar os locais de risco.
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