Fogos de artifício silenciosos deixam veterinários e amantes de animais mais tranquilos
A virada de 2018 para 2019 será marcada pelo uso de fogos de artifício silenciosos na Avenida Paulista. Os rojões com estrondo foram proibidos a partir de uma nova lei, aprovada pela Câmara Municipal de São Paulo. O objetivo é evitar transtornos para idosos, crianças, pessoas com deficiências e animais, que sofrem tanto com o barulho provocado pelos fogos.
Julia Oliveira de Camargo, médica veterinária e proprietária do Hospital Dog Saúde diz que os animais têm o aparelho auditivo mais forte do que o dos humanos. "Como a audição é mais sensível, o barulho faz com que eles fiquem mais estressados, sintam medo e ansiedade", explica a especialista.
Rojões são um risco aos animais
Segundo a veterinária, em alguns casos mais graves, os pets ficam tão nervosos que chegam a se jogar da sacada dos apartamentos onde moram. Cães idosos podem, inclusive, sofrer infarto. Há cães que se debatem, ficam extremamente inquietos e chegam a pular do canil ou pular o muro de casa. "Já ouvi também relatos de animais que sofreram convulsões", conta.
Por isso, a veterinária acredita que essa lei vai beneficiar diversos animais, principalmente os de rua, que não têm ninguém para ajudá-los, com apoio e amor nesses momentos. "Espero que o Brasil inteiro implemente essa lei, pois embora os fogos sejam bonitos e façam parte de um ritual nas festividades no final do ano, os animais não deveriam ter que passar por esse sofrimento", declara.
Veterinária dá dicas para proteger os pets
Essa será a primeira vez que o show a Virada na Avenida Paulista terá fogos silenciosos. Outras cidades de São Paulo já baniram o uso de fogos de artifícios barulhentos em festas de Ano Novo; no entanto, muitas cidades do país continuarão com a tradicional queima de fogos, causando o mesmo barulho de sempre.
Para quem mora nesses locais, Julia Oliveira de Camargo dá algumas orientações que podem ajudar a proteger os pets. "Uma dica é colocar tampões nas orelhas, antes mesmo dos fogos começarem", alerta a profissional. "Além disso, é recomendável deixá-los em um local onde o som externo seja abafado e ligar a televisão ou música em um volume bem alto", completa.
Ela chama a atenção para que os tutores fiquem atentos e não deixem que os pets fiquem próximos de objetos pontudos ou cortantes, pois quando eles ficam muito agitados devido ao barulho dos fogos, eles podem se machucar.
Sedativos e medicações naturais podem ser recomendados
Atualmente, existem sedativos específicos que podem ser dados aos animais, que ajudam a acalmar e relaxar. Porém, nem todos os animais podem tomar esse tipo de medicação. "Os riscos aumentam em algumas situações e precisam ser verificados, principalmente com animais idosos", afirma Julia.
Por isso, o ideal é que eles passem por um veterinário antes, para verificar se estão realmente aptos a tomar sedativos. "Existem também outras medicações que são mais naturais, como florais e remédios feitos de flores e frutas", esclarece a veterinária.
Tutores devem ficar atentos às reações dos pets
Julia afirma que as reações mais comuns dos animais são ficarem bastante agitados, pularem e latirem muito, como se estivessem muito estressados. Porém, há casos mais graves, que os animais chegam a se debater e a se cortarem. "Há relatos ainda de rojões que caem dentro de algumas casas, os donos nem percebem, os animais colocam o rojão na boca e ele estoura; causando ferimentos extremamente graves ou até mesmo a morte", lamenta.
Por isso, se o animal tiver alguma reação extrema por causa dos fogos, o ideal é não deixá-lo sozinho e tentar acalmá-lo. "É preciso ter em mente que sempre é importante levar o animal ao veterinário", reitera a especialista.
Sobre a veterinária
Julia Oliveira de Camargo (CRMV 38.373) é Médica Veterinária pela Universidade Anhembi Morumbi e proprietária do Hospital Veterinário Dog Saúde, localizado em Jundiaí-SP (http://dogsaudejundiai.com.br)
Website: http://dogsaudejundiai.com.br