Investimentos em startups devem crescer ainda mais em 2021
Para ser considerada startup a empresa deve declarar em seu ato constitutivo o uso de modelos inovadores, ter receita bruta de até R$16 milhões no ano anterior e ter até 10 anos de inscrição no CNPJ.
Mesmo com a pandemia o mercado se mostra otimista para o crescimento das startups, a previsão de crescimento é de 10% segundo pesquisa realizada pela Advance. O covid-19 trouxe grandes mudanças nas empresas e a maior percepção foi a necessidade do investimento em tecnologia e novas soluções.
Para que se tenha ideia, o volume de investimento em startups no país só no mês de janeiro foi de US$ 630 milhões, representando 18% do total investido em 2020 inteiro, de acordo com o estudo da Inside Venture Capital Brasil.
Outro fator que deve ajudar é que no final de fevereiro, dia 24, foi aprovado pelo Senado o Marco Legal das Startups que enquadra como startups empresas e sociedades cooperativas com atuação na área de inovação.
O Projeto de Lei Complementar 146/19 passou por alterações e seu texto estimula a criação de empresas de inovação dando incentivo às mesmas. Para ser considerada startup a empresa deve declarar em seu ato constitutivo o uso de modelos inovadores, ter receita bruta de até R$16 milhões no ano anterior e ter até 10 anos de inscrição no CNPJ. O aporte de capital das startups pode ser feito por pessoa física ou jurídica.
Novos investidores
Grupos empresariais consolidados em outras áreas de atuação estão vendo nas startups excelentes oportunidades. É o caso do Grupo Interalli que já atua no setor de infraestrutura - operando na área portuária um terminal de grãos e outro de líquidos, na cidade de Paranaguá, - e na geração de energia renovável, com usinas fotovoltaicas e pequenas centrais hidrelétricas.
De acordo com o diretor do Grupo Interalli, Fabricio Slavieiro Fumagalli, a busca por diversificação fez com que o grupo ampliasse sua área de atuação nos últimos anos, realizando investimentos também em properties, revenda de veículos e produção agropecuária.
"Agora, a bola da vez é a Alli Capital, estrutura de investimentos criada no final de 2020 para apoiar companhias em estágio inicial. Nosso grupo é jovem e pretendemos expandir nossas áreas de atuação. As startups aliam inovação com oportunidades e estamos dispostos a investir nelas. Estamos otimistas para esse ano", completa Fumagalli.
Início das operações
A primeira investida da Alli Capital é a startup Transfeera, uma plataforma open banking de gestão e processamento de pagamentos e validação de identidades e transações financeiras através de algoritmos.
Outra aposta mais recente da Alli é na foodtech paulista The New Butchers, companhia que atua na produção de diversos tipos de proteínas a base de plantas, sem qualquer utilização de soja, transgênicos ou outros aditivos - tendência para atender pessoas que não comem carne ou querem reduzir o consumo de proteína animal.
A startup já possui em seu portfólio diversos produtos, como o hambúrguer de carne e frango, filé de frango e as inovadoras proteínas de peixe, como o salmão e a recém lançada proteína de bacalhau. A Alli se junta na empreitada com outros grandes investidores do setor de inovação, como Paulo Veras e Ariel Lambrecht, fundadores da 99 (primeiro unicórnio brasileiro), Marília Rocca, fundadora da Mãe Terra, empresa de produtos saudáveis vendida em 2017 para a Unilever, Thiago Dalvi, fundador da curitibana Olist e Caio Malufe, especialista em plant based. Com o aporte, a startup espera crescer ainda mais seus canais de venda no Brasil e fazer frente no mercado externo com as americanas Impossible Foods e Beyond Meat.
"A Alli Capital pretende apoiar empreendedores e negócios em estágio inicial tanto com recursos financeiros quanto com relacionamentos que o Grupo Interalli possui em suas diferentes áreas de atuação", explica o cofundador da empresa Plauto Neto.
Website: https://alli.capital/