Janeiro Branco enfatiza a importância da saúde mental
O início do ano é um período que inspira novos planos e realizações. É, também, propício à autoanálise e à reflexão sobre as próprias emoções, pensamentos e propósitos de vida. Por isso, a campanha Janeiro Branco foi criada no Brasil, em janeiro de 2014, com o intuito de valorizar o bem estar psíquico e incentivar mudanças de comportamento e a adoção de uma postura mais positiva em relação à vida.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) relaciona a saúde não apenas à ausência de doenças. Relatório produzido pela instituição aponta que saúde mental é "um estado de bem-estar em que o indivíduo percebe suas próprias habilidades, consegue enfrentar as situações estressantes que são comuns nas rotinas diárias e é capaz de ter uma vida ocupacional produtiva". Nesse sentido, a campanha Janeiro Branco busca valorizar o equilíbrio mental e alertar sobre o perigo de doenças como a depressão, a ansiedade e o estresse.
Diversas pesquisas atestam que as emoções afetam diretamente a qualidade de vida e o sistema imunológico, abrindo brechas para diversas doenças. A OMS vem alertando a humanidade sobre o crescimento de transtornos mentais. Segundo a psicóloga da Qualirede Fabíola Guzzo, cada vez mais relatos dão conta de um "vazio existencial" e uma falta de sentido para viver por parte de muitos indivíduos.
"Muitas pessoas só procuram ajuda depois de muito tempo de sofrimento, porque as doenças que afetam a mente ainda estão cercadas de preconceito. Culturalmente, ainda temos a ideia de que 'devemos ser fortes' ou 'temos que dar conta sozinhos'. Assim, vemos crescer o número de dependentes químicos, de casos de suicídio e de outras mortes por doenças ligadas ao estado psicológico. Precisamos quebrar esse tabu", ressalta.
Santa Catarina tem segunda maior taxa de suicídio no país
Apesar de nenhum fator isolado levar ao suicídio, a depressão é uma das causas mais frequentemente ligadas ao comportamento suicida, como afirma a psicóloga. Um estudo do Ministério da Saúde no período de 2011 a 2016 mostrou um aumento de mais de 200% das tentativas de suicídio no país, a maioria na faixa etária de 10-39 anos e nas regiões Sudeste e Sul do país. As maiores taxas de óbitos por suicídio foram registradas nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul.
Fabíola enfatiza a importância de se refletir sobre a saúde mental e buscar auxílio profissional quando for o caso. "É importante buscar o autoconhecimento e desenvolver estratégias para lidar com as adversidades que encontramos pelo caminho. Há sofrimentos que podem ser prevenidos, dores que podem ser evitadas, violências que podem ser impedidas. E o início de um novo ciclo é a oportunidade para abordarmos esse assunto", recomenda.
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