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No Brasil, 343 vidas são perdidas por dia para o AVC

Especialistas destacam a urgência de campanhas de prevenção, focando especialmente no controle da pressão arterial, e estratégias de telemedicina para reduzir a mortalidade e os custos econômicos elevados do AVC são essenciais.

26 jun 2024 - 16h06
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O AVC é responsável por mais de 100 a 120 mil mortes anuais no Brasil, o que equivale a cerca de 343 vidas perdidas por dia. Além do impacto direto na vida das pessoas, o AVC gera um enorme custo econômico, incluindo gastos com cuidados de saúde e perda de produtividade. Os dados globais de 2019, indicando a ocorrência de 12,2 milhões  de AVCs, com o AVC isquêmico representando 62,4% de todos os casos.

Foto: Freepik / DINO

Patrícia De Luca, representante da Associação Brasileira de Hipercolesterolemia Familiar e co-fundadora do FórumCCNTs, compartilhou recentemente sua experiência pessoal com um acidente vascular cerebral (AVC) transitório. Ela enfatiza a importância de eventos e atividades que trazem a perspectiva das pessoas afetadas, lembrando que o objetivo principal desse tipo de trabalho é sensibilizar para salvar vidas. Ela destaca a implementação do Dia Nacional de Prevenção ao AVC, instituído pela Lei 14.885/2024. Este dia visa aumentar a visibilidade do problema e envolver os municípios na garantia do tratamento adequado.

Segundo Elton Sady, secretário-geral da Associação Brasileira de Enfermagem - Seção Minas Gerais e membro do FórumCCNTs, o AVC é uma condição que afeta cerca de 1% da população adulta no Brasil, resultando em significativos impactos na saúde, bem-estar e qualidade de vida desses indivíduos. Em 2021, dados do GBD revelaram que o AVC foi a terceira principal causa de anos de vida perdidos ajustados por incapacidade, contribuindo com mais de 120 mil óbitos no país, o que equivale a aproximadamente 343 vidas perdidas diariamente. Além disso, a doença acarreta um custo econômico considerável, estimando-se cerca de 125 milhões de dólares anualmente em despesas hospitalares e previdenciárias no Brasil.

Desde 2011, o Brasil tem observado significativos avanços na organização dos serviços de tratamento de Acidente Vascular Cerebral (AVC). Sheila Martins, presidente da Rede Brasil AVC e da World Stroke Organization (WSO), destaca o papel fundamental do Ministério da Saúde nesse progresso. Ela enfatiza a importância de investir na prevenção, no tratamento na fase aguda com técnicas como trombólise e trombectomia, e na reabilitação precoce com continuidade de cuidados após a alta hospitalar. Esses investimentos são essenciais para minimizar os danos causados pelo AVC, garantir a recuperação completa das pessoas acometidas e melhorar sua qualidade de vida, representando um avanço significativo no enfrentamento do AVC no país.

Para o Dr. Álvaro Avezum, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), as abordagens mais eficazes para o AVC são as de prevenção, e devem ser incorporadas com seriedade ao Sistema Único de Saúde (SUS). Ele enfatiza que noventa por cento dos casos de AVC podem ser evitados com a prevenção e controle da hipertensão, prática de atividade física e alimentação saudável.

De acordo com Rodrigo Cariri, da Secretaria de Atenção Especializada à Saúde (SAES) do Ministério da Saúde, a nova política de financiamento da atenção primária e a recente incorporação da trombectomia mecânica no SUS são passos importantes. Cariri enfatiza a necessidade de capacitação das equipes e melhorias no atendimento pré-hospitalar para garantir a eficácia dos tratamentos.

A implementação de práticas baseadas em evidências é crucial para melhorar os desfechos  e reduzir a carga econômica associada ao AVC. Para mais informações, visite o site do FórumCCNTs.

Website: https://www.forumdcnts.org/

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