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Novo FIES deve impulsionar setor de educação na bolsa

26 jul 2018 - 11h28
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O anúncio da segunda edição do FIES no ano, feito neste mês pelo Ministério da Educação, resultou na valorização dos grupos de educação listados em bolsa. As novas vagas podem chegar a 150 mil, bem acima das expectativas do mercado. Com isso, instituições como o JPMorgan estimam que as empresas de ensino superior listadas em bolsa tenham um ciclo melhor no 2º semestre.

Francisco Borges, consultor em políticas públicas voltadas à Educação da Fundação FAT, considera que o anúncio do ministério sinaliza uma nova política de financiamento, que inclui valores de até R$ 7 mil e 50 mil vagas sem incidência de juros. "O acesso ao ensino superior só cresceu quando houve estímulo oficial, fosse via Prouni, nos anos 1990, ou com o Fies, nos últimos anos", diz o especialista. "Os grandes grupos, como Estácio e Kroton, tendem a se beneficiar com uma oferta de 50 mil vagas a juros zero, porque, sem diferenciais, atraem seus estudantes por meio da cobrança de mensalidades muito baixas. Vale lembrar que Kroton chegou a ter 45% de seus alunos matriculados via Fies".

Borges observa que hoje há apenas um terço das vagas ofertadas no ensino superior é ocupada. "Esses é o principal fator que resultou num deságio superior a 40% nas ações dos grupos de educação listados em bolsa nos últimos nove meses", diz. Na visão do especialista, o novo Fies fará com que os grandes grupos estimulem alunos que passaram no vestibular a recorrer ao financiamento. "É a mesma estratégia que utilizaram no passado", diz.

Borges aponta que, futuramente, o desempenho das empresas do setor em bolsa poderá ser orientado por um movimento de verticalização, em que os grupos de ensino superior passam a oferecer ensino médio e os fundamental I e II. Isso possibilitaria às IESs aproveitar suas estruturas físicas - atualmente ociosas - e seus profissionais para ganhar escala e incentivar seus alunos a cursar todas as etapas do ensino numa mesma instituição. "A Estácio já iniciou a oferta do ensino médio em alguns de seus campi. O grande movimento nesse sentido, porém, foi a compra do Somos pela Kroton, mas que ainda depende da aprovação do Cade", observa Borges.

"Caso o negócio seja aprovado, os grupos que seguirem esta tendência serão valorizados. Isso ainda não se observa porque o Cade vetou, anteriormente, a compra da Estácio pela própria Kroton. Embora a aquisição da Somos não represente uma concentração excessiva em um nível específico do ensino, há um grande ceticismo com relação à aprovação, o que ainda afasta o investidor", diz. Segundo Borges, havendo aprovação da autoridade antitruste, a Estácio deve registrar algum ganho, por conta da oferta de ensino médio, mas num nível muito inferior ao que se observaria com a Kroton. "A Somos possui centenas de unidades. A Estácio levará muito mais tempo para chegar a um terço disso", conclui.

DINO Este é um conteúdo comercial divulgado pela empresa Dino e não é de responsabilidade do Terra
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