Operação de logística reversa impulsiona a economia na cadeia produtiva
A reciclagem de materiais plásticos origina novos produtos e reduz a extração de recursos naturais.
De acordo com levantamento apresentado na Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEA-4) em 2019, o Brasil foi ranqueado como o 4º maior produtor de lixo plástico do mundo, ficando atrás somente dos Estados Unidos, China e Índia. O total de resíduo produzido chega a 11,3 milhões toneladas, dos quais apenas 1,2% é reciclado, representando 145 toneladas.
"A Política Nacional de Resíduos Sólidos, publicada em 2010, estabeleceu a responsabilidade compartilhada, na qual não só o poder público é responsável pelo gerenciamento de resíduos, mas também o poder privado, através dos comerciantes, fabricantes, importadores e distribuidores", salienta Vininha F. Carvalho, economista e editora da Revista Ecotour News & Negócios (www.revistaecotour.news).
No Brasil, predomina-se a reciclagem mecânica para recuperação dos materiais plásticos, inclusive do PVC. Nessa técnica, a mais popular de três ao todo, o produto é triturado por uma máquina e, após ser reprocessado, tem a vida útil aumentada e se transforma em um novo produto.
Também há outras formas de fazer o processo de reciclagem: energética, quando o material é transformado em combustível por meio da incineração; ou química, cujo material passa por processos que envolvem várias substâncias até voltar a ser matéria petroquímica base. Assim, é possível ser utilizado novamente na cadeia produtiva.
A reciclagem de materiais plásticos origina novos produtos e reduz a extração de recursos naturais, além de contribuir com a diminuição da emissão de gases de efeito estufa. Apesar de possuir propriedades que possibilitam sua reciclagem, o plástico filme não pode ser descartado junto a demais tipos de plásticos. De acordo com a Diretora de Comércio Exterior e Marketing da Alpfilm, Alessandra Zambaldi, este tipo de descarte precisa ser direcionado para pontos de coleta específicos.
Em 2019, a indústria do alumínio reciclou 97,6% das latas para bebidas que entraram em circulação no mercado, reduzindo em 70% as emissões de gases de efeito estufa do ciclo de vida da embalagem. No ano passado, foram comercializadas 375,7 mil toneladas de latas para bebidas. Desse total, 366,8 mil toneladas foram coletadas e reaproveitadas. "Na comparação com 2018, o consumo em 2019 cresceu 13,7%. A reciclagem não só acompanhou essa expansão, como ficou ligeiramente acima dela, com uma alta de 14,7%", diz Milton Rego, presidente-executivo da Associação Brasileira do Alumínio (ABAL). "O resultado é fruto do compromisso do setor com a reciclagem e mostra uma operação de logística reversa madura e consolidada", completou.
O Brasil é exemplo para o mundo no reaproveitamento da latinha e do alumínio em si. Mais da metade do metal consumido no País (56%) vem da reciclagem, o que o coloca bem acima da média mundial (25,9%), índices de 2018. "O alumínio secundário, obtido por meio do processo de reciclagem da sucata, economiza 95% da energia necessária para a produção do alumínio primário, gerado pela transformação da bauxita. Além disso, em razão da matriz energética limpa e renovável, o alumínio brasileiro tem baixa pegada de carbono", relata Vininha F. Carvalho.
Um número relevante de organizações está incorporando a sustentabilidade às suas estratégias de negócios, percebendo que a prática traz e faz o bem, tanto às próprias empresas, quanto ao planeta em si. Com objetivo de evitar a poluição, a logística reversa é um conjunto de soluções técnicas que consistem no recolhimento de embalagens para o descarte correto.
"Caminhar em direção a uma economia circular significa examinar o ciclo de vida do produto para garantir que cada etapa do processo seja a mais sustentável possível. São muitos os benefícios que a utilização da economia circular pode causar, entre eles, a eliminação dos desperdícios, afinal uma produção reciclável não desperdiça suas matérias-primas", conclui Vininha F. Carvalho.
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