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Pesquisas apontam que o home office afeta a saúde mental dos trabalhadores

Estudos de diferentes fontes corroboram o impacto negativo do home office na saúde mental dos trabalhadores. Apesar disso, especialistas alertam que o cenário mundial, assim como as condições precárias do trabalho remoto, pode estar impactando os resultados

28 mar 2021 - 14h57
(atualizado às 15h18)
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Estudo realizado pela Workana, plataforma para trabalhadores freelancers, mostra que o impacto do home office na saúde mental dos profissionais pode ter sido negativo. Entrevistando 2.810 trabalhadores da América do Sul, Norte, Central e Europa, a empresa chegou a preocupantes conclusões sobre a saúde mental no home office: 43,7% dos participantes declararam que trabalhar em casa resultou em impactos psicológicos.

Esse problema parece, ainda, impactar as mulheres com mais intensidade do que os homens. No total, 28% das participantes relataram problemas de ansiedade, enquanto, entre os homens, essa taxa foi de apenas 8,33%. Elas também afirmam que, desde o início do trabalho remoto, tiveram que usar serviços psicológicos, como sessões de terapia, com mais frequência.

As mulheres também aparentam ter mais dificuldades para manter a concentração durante o trabalho remoto, com 24% das entrevistadas explicitando o problema. Entre homens, apenas 17,71% relataram as mesmas dificuldades. Um dos principais efeitos desse problema, segundo os entrevistados, é o aumento do tempo necessário para a execução de tarefas relativamente simples.

Pesquisa conduzida por cientistas do Instituto de Psiquiatria (IPq) do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) também corrobora esse achado. Dados levantados pelo estudo - que ouviu mais de três mil pessoas - mostram que as mulheres responderam por 40,5% dos sintomas de depressão, 34,9% de ansiedade e 37,3% de estresse.

Estresse e home office: quais são os verdadeiros culpados?

Especialistas atentam para o fato de que, com um cenário mundial tão caótico e incerto causado pela pandemia, é difícil atribuir todo o ônus do problema ao home office. Eles também afirmam que o caráter provisório do trabalho remoto, sem que houvesse a preparação de uma estrutura adequada para a separação da vida doméstica e profissional, pode ter contribuído para a deterioração da saúde mental nesse período.

Informações encontradas pelo estudo da Universidade de São Paulo (USP) também evidenciam que a dupla jornada - um fenômeno que afeta, sobretudo, mulheres - também tem grande impacto no peso emocional do trabalho remoto. "Embora a pesquisa não tenha detalhado as razões que levaram as mulheres a terem maior sofrimento psíquico, a literatura médica vem mostrando que são elas que têm maiores impactos pelas condições sociais em que vivem. A pandemia só acirrou essa situação", explica Antônio de Pádua Serafim, o neuropsicólogo responsável por conduzir a pesquisa.

Como melhorar a saúde mental no home office?

Levantamento realizado pelo Centro de Estudos em Planejamento e Gestão de Saúde da FGV cruzou dados de pesquisas com um questionário da Organização Mundial da Saúde (OMS), tendo como objetivo medir o estado de saúde mental das pessoas. No total, quase metade dos participantes atingiu uma pontuação 13, número muito inferior ao indicado pela OMS como um bom nível de bem-estar.

Apesar do caráter preliminar das pesquisas sobre o impacto da saúde da mente no trabalho remoto, especialistas apontam que trabalhadores que desejam melhorar a sua saúde mental no home office devem utilizar serviços de saúde mental para garantir um apoio extra durante esse momento difícil e procurar estabelecer um profissional de saúde que valorize uma relação humanizada.

Website: https://dmhealth.com.br/

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