Produção de petróleo e gás na Região Amazônica: trabalho exige muito mais do que técnica
Desafio inclui diversas dificuldades em meio à mata fechada, como uma cadeia logística única, respeito à fauna, flora e às comunidades existentes.
Explorar e produzir óleo e gás na região da Amazônia brasileira sempre foi um grande desafio, segundo o especialista em operações de petróleo, Norton Carlos de Paula Bezerra, sobretudo pela dificuldade de operar em meio à mata fechada, exigindo uma cadeia logística única, respeitando a fauna, a flora e as comunidades existentes. "Desde 1986, quando o óleo jorrou pela primeira vez na região amazônica, com todas as dificuldades e peculiaridades de se produzir óleo e gás no meio de uma floresta, essa produção vem contribuindo com o crescimento do Estado do Amazonas e do Brasil de maneira sustentável, com a plena preservação da floresta."
Para Bezerra, que trabalha no segmento de óleo e gás na região há mais de 14 anos, a preservação ambiental é, sem dúvida, o grande desafio da produção de óleo e gás na Amazônia. "O sucesso só é possível pelo aprimoramento constante do conhecimento, utilização de equipamentos de produção e monitoramento de altíssima tecnologia, bem como pela padronização dos processos, seguida de uma indispensável disciplina operacional."
De acordo com a Agência Brasil, no início deste mês (dia 4), a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) concluiu um leilão que ofertou 17 blocos exploratórios de petróleo e gás, com previsão de investimentos mínimos de mais de R$ 160 milhões para a região. Para Bezerra, este é um fato importante neste mercado, pois demonstra a pujança do setor na região amazônica e potencializa a oferta de investimentos, empregos e geração de renda.
"Profissionais com interesse no mercado de óleo e gás devem ficar antenados, pois com os novos blocos que foram leiloados, e que serão explorados, a busca por profissionais será uma consequência natural, pela demanda de mão de obra que uma exploração desta categoria exige", declara o profissional, que após trabalhar por quatro anos em refinaria, nos últimos dez atua na área de exploração e produção de óleo e gás.
Os desafios da carreira de quem trabalha neste segmento, segundo Bezerra, são imensos, haja vista as peculiaridades do mercado. O especialista destaca algumas atribuições profissionais de um técnico de Operação, por exemplo, como executar e participar das atividades de operação das instalações, equipamentos, painéis de controle, sistemas supervisórios e de monitoramento dentro dos padrões técnicos estabelecidos e das normas operacionais, controlar variáveis operacionais, observar a existência de anormalidades, atuar no processo de manutenção, direcionar as demais demandas conforme normas predefinidas e acompanhar e testar as correções.
Para quem tem interesse em seguir esta carreira, especialmente em regiões como a Amazônica, Bezerra lembra que é preciso diploma ou certificado de habilitação de técnico de nível médio em Análises Químicas, Automação Industrial, Eletroeletrônica, Eletromecânica, Eletrônica, Eletrotécnica, Mecânica, Metalurgia, Metrologia, Petróleo e Gás, Petroquímica, Plásticos ou Química, expedido por instituição de ensino reconhecida pelo Ministério da Educação, secretarias ou conselhos estaduais de Educação. "Muito mais do que adquirir a técnica, encarar esse desafio exige aprimoramento constante, afinal, uma carreira sólida neste setor só será construída com muito empenho e dedicação", finaliza.