Usinas hidrelétricas: engenheiro fala sobre os desafios no Brasil
O Brasil conta uma das maiores redes fluviais do mundo, tendo à disposição 12 regiões hidrográficas. Além disso, o País possui a Usina Hidrelétrica de Itaipu (Paraná), a maior geradora de energia limpa e renovável da Terra.
Segundo dados da própria usina, Itaipu é líder mundial em produção de energia limpa e renovável, tendo produzido mais de 2,6 bilhões de Megawatts-hora (MWh) desde o início de sua operação, em 1984. Com 20 unidades geradoras e 14.000 MW de potência instalada, proporciona 11,3% da energia consumida no Brasil.
Afora isso, o Brasil ainda conta com grandes usinas hidrelétricas, como a de Belo Monte (Pará), São Luiz do Tapajós (Pará), Tucuruí (Pará) e Santo Antônio (Rondônia). Acredita-se que, somadas, as usinas hidrelétricas sejam responsáveis pela produção de 90% da energia elétrica entregue aos brasileiros.
De acordo com dados do Banco de Informações de Geração (BIG) da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), foram registradas 217 usinas hidrelétricas em operação no segundo semestre de 2019, concentrando 100,5 mil MW de potência fiscalizada ou 60,31% do total fiscalizado nos empreendimentos em atividade.
Usina Hidrelétrica: operação passa por desafios
Segundo Vinicius Mello, engenheiro responsável pelo gerenciamento de obra do consórcio fornecedor de Jirau, em Porto Velho - RO — reservatório com área de 361,6 km², capacidade instalada de 3.750 MW e 86 bilhões de kWh já produzidos —, a operação de uma hidrelétrica passa por uma série de desafios.
"A abrasão dos sedimentos está entre os principais mecanismos de desgaste em hidrelétricas. Abrasão que, em minha análise, danifica expressamente as pás das turbinas", afirma Vinicius.
Ainda de acordo com o engenheiro, não é novidade que a abrasão dos sedimentos danifica expressamente as pás das turbinas. "Mas ter, de fato, uma solução prática para a Usina Hidrelétrica de Jirau foi de tamanha importância que me levou, inclusive, a redigir um estudo científico a respeito", conta.
Usina Hidrelétrica X Sedimentos
Vinicius, como um especialista em soluções de engenharia, explica que os sedimentos obstruem, com frequência acima da usual, os filtros dos sistemas de captação de água para diversos sistemas acessórios e associados; o que pode comprometer tanto os trocadores de calor do gerador, como o sistema de vedação do eixo e os sistemas anti-incêndio.
"O volume de troca e lavagem de filtro é tão grande que não permite uma condição segura para manutenção e operação das unidades geradoras; o que motiva o fechamento do circuito (tratar água especificamente para o sistema quando possível — trocadores de calor do gerador, por exemplo — e sistemas de eliminação dos sedimentos, em paralelo com sistemas duplos de filtragem e autolavagem", descreve.
Para finalizar, o engenheiro, responsável pelo gerenciamento de obras hidrelétricas de grande porte, entre elas Jirau e Belo Monte, explica que, no caso específico tratado em seu documento, o atrito dos sedimentos nas pás kaplan das turbinas bulbo acarretaria ao equipamento desgaste prematuro com perda de material.
"Essa perda diminui o rendimento hidráulico da turbina — em um futuro de médio prazo — e, imediatamente, o não atendimento de condições contratuais — avaliação das pás nas paradas de 1000 e 8000 horas —; com nosso trabalho, conseguimos identificar o problema, trazendo benefício não apenas para a usina, como para todos os brasileiros", conclui.
Trabalho especializado
Engenheiro Eletricista pela Universidade Paulista, Vinicius Mello também é Técnico em Administração de Empresa pela Fundação Bradesco e MBA em Gerenciamento de Projetos pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Além disso, tem passagem por empresas, como Eletropaulo, Toshiba e Alstom.
Para mais informações sobre o trabalho desenvolvido por Vinicius — que tem passagem por diversos segmentos no setor elétrico, como geração, transmissão e distribuição de energia —, basta acessar o seu perfil no LinkedIn:
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