Dólar fecha a R$6,26, maior cotação da história
O dólar encerrou em alta nesta quarta-feira (18), atingindo um novo recorde de cotação: R$ 6,2672. A moeda brasileira tem sofrido desvalorização, impulsionada por expectativas negativas no mercado financeiro em relação ao pacote de cortes de gastos proposto pelo governo federal. O objetivo principal do pacote é mitigar o déficit primário e reequilibrar as contas públicas, mas o mercado permanece cético quanto à sua eficácia.
A proposta enviada ao Congresso Nacional inclui medidas que limitam os aumentos salariais do funcionalismo público em caso de déficit primário, além de trazer alterações nas regras do salário-mínimo e abonos salariais. A movimentação do governo visa poupar cerca de R$ 70 bilhões nos próximos dois anos, ampliando essa economia para R$ 375 bilhões até 2030. No entanto, as reformas sugeridas não alcançam áreas de despesa estrutural, como a Previdência, o que tem gerado desconfiança entre analistas econômicos.
Como a política monetária dos EUA afeta o Brasil?
Paralelamente aos desafios internos, o cenário externo também exerce pressão sobre a economia brasileira. O Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, ajustou sua taxa de juros, cortando-a para entre 4,25% e 4,50% ao ano. Este movimento é parte de um esforço contínuo para equilibrar o crescimento econômico com o controle da inflação, e sua repercussão em mercados emergentes como o Brasil é significativa.
Juros mais baixos nos Estados Unidos podem levar a um fluxo maior de capitais para mercados emergentes, dada a menor rentabilidade dos títulos americanos considerados seguros. No entanto, a incerteza política, amplificada pela continuidade da administração de Donald Trump, traz preocupações quanto à estabilidade econômica e às possíveis consequências da sua agenda protecionista.
Qual o impacto das reformas econômicas no mercado financeiro?
A influência do pacote de reformas do governo federal sobre o mercado financeiro é um ponto de atenção para investidores. A expectativa é que as propostas apresentadas ao Congresso sirvam de sinalização positiva para controlar o déficit fiscal, mas muitos acreditam que não serão suficientes. A necessidade de ajustes mais profundos, especialmente em áreas de políticas públicas essenciais, é apontada por analistas como uma barreira crítica a ser superada para estabilizar o mercado.
O mercado acionário, representado pelo Ibovespa, também sente os efeitos desses movimentos. Enquanto as reformas ficam em negociação, o índice tem enfrentado variações significativas, refletindo a volatilidade gerada pelas incertezas fiscais e monetárias.
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— Guilherme Amado (@guilherme_amado) December 18, 2024