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Dólar fecha em nova alta após falas de Lula sobre o BC

"Eu tenho que, com muita paciência, esperar a hora de indicar o outro candidato, e ver se a gente consegue ter um presidente do Banco Central que olhe o país do jeito que ele é", afirmou o presidente em entrevista a uma emissora de rádio

1 jul 2024 - 21h00
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O dólar comercial encerrou esta segunda-feira (1º) em alta, cotado a R$ 5,6527, atingindo o maior patamar desde 10 de janeiro de 2022, quando a moeda americana valia R$ 5,6742. O movimento ocorre em meio a novas críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Banco Central (BC) e à monitoria do cenário fiscal do país por parte dos investidores.

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Foto: Valter Campanato/Agência Brasil / Perfil Brasil

Lula voltou a criticar o Banco Central, afirmando que o próximo presidente da instituição deve considerar o Brasil "do jeito que ele é, e não do jeito que o sistema financeiro fala". Na semana passada, o presidente já havia questionado a atuação do BC. "Eu estou há dois anos com o presidente do Banco Central do [ex-presidente Jair] Bolsonaro, não é correto isso", afirmou Lula, ressaltando que a autonomia do BC foi aprovada pelo Congresso e será respeitada.

"Eu tenho que, com muita paciência, esperar a hora de indicar o outro candidato, e ver se a gente consegue ter um presidente do Banco Central que olhe o país do jeito que ele é, e não do jeito que o sistema financeiro fala", acrescentou o presidente, destacando que "quem quer BC autônomo é o mercado".

Lula ainda enfatizou seu compromisso com a responsabilidade fiscal e a meta de inflação baixa, mencionando a decisão de manter a meta de evolução dos preços em 3%. Ele criticou a atual taxa de juros, afirmando que "a taxa de juros de 10,5% é irreal para uma inflação de 4%" e que a Selic deve melhorar quando ele indicar o substituto de Roberto Campos Neto, atual presidente do BC, cujo mandato termina no final deste ano.

O impacto das declarações de Lula foi sentido no mercado financeiro, com o Ibovespa, principal índice acionário da bolsa brasileira, fechando em alta de 0,69%, aos 124.765 pontos. Sem grandes destaques na agenda, as novas críticas à condução da política monetária do BC foram determinantes para o desempenho do mercado.

Outros fatores que movimentaram o dólar

Além das questões internas, os investidores também estão atentos ao cenário econômico dos Estados Unidos. O Departamento do Comércio norte-americano informou que os gastos com construção caíram inesperadamente em maio, registrando uma queda de 0,1% após uma alta de 0,3% em abril. O Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM) indicou que o setor manufatureiro dos EUA se contraiu pelo terceiro mês consecutivo em junho, com o índice caindo de 48,7 para 48,5.

No Brasil, o principal destaque na agenda econômica foi o novo Boletim Focus, que revelou uma elevação das estimativas para a inflação deste ano pela oitava semana consecutiva, de 3,98% para 4%. O mercado também monitora o início das reservas das ações de privatização da Sabesp.

O resultado consolidado do setor público, que revelou um déficit superior às projeções do mercado na semana passada, continua no radar dos investidores, contribuindo para o nervosismo no mercado de câmbio e influenciando a alta do dólar.

Perfil Brasil
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