Script = https://s1.trrsf.com/update-1731009289/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Doria deixa Bolsonaro para jantar com seus ex-aliados

Tucano compareceu a jantar no Rio de Janeiro e foi agraciado com o título de cidadão carioca, oferecido pelo empresário Paulo Marinho

15 jun 2019 - 07h58
(atualizado às 10h36)
Compartilhar
Exibir comentários

A abertura da Copa América em São Paulo teve a presença do presidente Jair Bolsonaro, mas, ao seu lado, estava o vice-governador do Estado, Rodrigo Garcia, e não o titular do posto. É que João Doria Jr. teve outro compromisso, no Rio de Janeiro, no mesmo horário. O tucano foi o homenageado de um jantar para 400 pessoas, em que foi agraciado com o título de cidadão carioca, oferecido pelo empresário Paulo Marinho e sua mulher, Adriana, na casa de ambos no Rio de Janeiro.

Marinho é o primeiro suplente de Flávio Bolsonaro (PSL) no Senado. O jantar em homenagem a Doria marca seu ingresso no PSDB e a missão, conferida pelo governador, de revitalizar o partido no Rio com novas filiações e mais capilaridade entre formadores de opinião.

A casa, que recebeu advogados, jornalistas, cineastas, músicos, integrantes do mercado financeiro, empresários e políticos para ouvir Doria é a mesma que Marinho emprestou, na campanha do ano passado, para as gravações dos programas de TV de Bolsonaro.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB)
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB)
Foto: GUILHERME RODRIGUES/MYPHOTO PRESS / Estadão Conteúdo

Entre os convidados, ex e atuais aliados do presidente, como o ex-ministro Gustavo Bebianno e a líder do governo no Congresso, deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), confraternizavam e conversavam amistosamente.

Não faltou nem espaço para a "participação" do próprio Bolsonaro nos discursos da noite. O filho do anfitrião, André Marinho, conhecido por sua acurada imitação presidencial, "encarnou" o personagem famoso e não deixou de fora nem uma sutil crítica política: "Soube que sua reunião de secretariado tem relógio para atraso, tem apito, tem multa. Eu só falo pro 02 dar um tuíte e tá resolvido isso daí. Já foram dois. Você está entre o Santa e o Cruz", disse o jovem, como se fosse Bolsonaro, numa referência aos desentendimentos com Carlos Bolsonaro que ceifaram dois ministros (Bebianno e general Santos Cruz).

Joice abriu sua fala fazendo menção ao fato de ser uma espécie de estranha no ninho de novos e velhos tucanos. "Estou aqui com essa patota do PSDB, mas sou PSL", disse. Ela lembrou que foi na casa de Marinho que nasceu a aliança "Bolsodoria" no segundo turno da eleição presidencial. "O que une esses dois [Doria e Bolsonaro] é uma amizade profunda, leal e honesta", afirmou ela.

De qualquer maneira, qualquer sinal de "Bolsodoria" parecia ter ficado no passado ontem, no discurso do homenageado —e na própria decisão de trocar o "teste do estádio" ao lado do presidente para estar na base eleitoral dele.

O governador fez um longo histórico de sua vida e das condições que o levaram a trocar a iniciativa privada pela política, vencendo duas eleições em dois anos. Deu tons épicos à narrativa de alguém que começou a trabalhar aos 13 para ajudar a mãe a pagar a conta de luz, dizendo a um público novo que o PSDB, sob o comando de seu aliado Bruno Araújo, também presente, não estará mais no muro.

Fez questão de marcar diferenças com Bolsonaro, já abrindo o caminho para 2022 —que esteve presente de forma subliminar nos apelos de Paulo e André Marinho para que Doria dê continuidade a sua trajetória política. Numa das mais incisivas, fez referência duas vezes, fazendo questão de acentuar a palavra, ao fato de seu pai ter sido cassado pelo golpe militar de 1964.

Também disse que o PSDB será um partido de centro liberal, marcando uma distância ideológica em relação à direita bolsonarista, e acentuou a necessidade de se ter uma abordagem, que chamou de "não paternalista", para reduzir a pobreza e a desigualdade no Brasil.

Um dos momentos em que foi mais aplaudido foi na enfática defesa que fez do ministro Sérgio Moro, que enfrentou uma semana de questionamentos por conta do vazamento de conversas entre ele e integrantes da Lava Jato. "Moro não fez nada de errado, ele ajudou o Brasil", disse, anunciando que telefonou ao ex-juiz para anunciar que lhe dará a Ordem do Ipiranga, uma das mais prestigiosas comendas do Estado de São Paulo.

Veja também

Separação foi amigável, diz Bolsonaro sobre demissão de Santos Cruz:
Estadão
Compartilhar
Publicidade
Seu Terra












Publicidade