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Doria reclama de 'golpe' e PSDB convoca reunião para ouvir queixas antes de decisão sobre terceira via

Encontro ocorrerá na véspera de tentativa de acordo com a pré-candidata ao Planalto do MDB, Simone Tebet

14 mai 2022 - 20h02
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BRASÍLIA - O presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, decidiu convocar uma reunião da Executiva Nacional do partido para discutir reclamações feitas pelo ex-governador de São Paulo João Doria (PSDB), que acusa o partido de "golpe", de decidir no "tapetão" e criar "insegurança jurídica". O encontro está marcado para a próxima terça-feira, 17.

O paulista, que venceu as prévias tucanas e é o pré-candidato da legenda à Presidência, se queixou da decisão tomada pelas cúpulas do PSDB e do MDB de contratarem pesquisas para definir uma candidatura de consenso das duas siglas. O resultado dessas pesquisas está marcado para o dia 18.

De acordo com comunicado assinado por Araújo, Doria reclamou neste sábado, 14, de uma 'tentativa de golpe'. Foto: André Dusek/Estadão

O grupo de Doria diz que ele tem a legitimidade por ter vencido o processo interno e que o estatuto do PSDB garante a ele a prerrogativa de decidir ou não desistir da candidatura. Há ameaça até de judicializar o assunto para evitar que retirem a pré-candidatura dele.

Nos bastidores, aliados do paulista acusam o comando do PSDB de aceitar critérios feitos sob medida para beneficiar a senadora Simone Tebet (MDB-MS), pré-candidata presidencial da outra legenda.

De acordo com comunicado assinado por Araújo, Doria reclamou neste sábado, 14, de uma "tentativa de golpe", disse que pesquisas que avaliam rejeição são "desculpas estapafúrdias", que "movimentações do presidente do partido criam insegurança jurídica", que a "decisão da cúpula formada por 34 pessoas não pode se sobrepor à decisão democraticamente tomada" e que qualquer outra decisão diferente do resultado das prévias é "tapetão".

Rival de Doria, o deputado e ex-presidente do PSDB Aécio Neves (MG) também discorda de uma aliança automática com o MDB. O mineiro tem reclamado de Araújo e do governador de São Paulo, Rodrigo Garcia.

Segundo Aécio, os dois estimularam a candidatura presidencial de Doria para que ele saísse do comando do governo estadual e abrisse caminho para que Garcia assumisse o posto. Agora, segundo Aécio, querem acabar com a pretensão presidencial do paulista para evitar que Garcia se contamine com a rejeição dele.

Estadão
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