ABL lança 'Machado de Assis' virtual e recebe críticas: "Era branco?"
Internautas criticaram o que apontaram como 'embranquecimento' do escritor e reprovaram uso de inteligência artificial
A Academia Brasileira de Letras (ABL) inaugurou um avatar de Machado de Assis, gerado por inteligência artificial, porém o público mostrou insatisfação sobre a aparência não condizente com a do escritor. A ABL informou que a tonalidade mais clara da pele foi resultado da iluminação do vídeo.
A Academia Brasileira de Letras (ABL) inaugurou um avatar interativo de Machado de Assis, gerado por inteligência artificial, para simular conversas entre os visitantes e o próprio escritor e fundador da ABL. A novidade, no entanto, não agradou o público nas redes sociais, que criticou o uso da imagem do escritor.
Segundo a publicação no perfil oficial da ABL, a ideia é que os visitantes possam conversar com Machado de Assis "ao vivo e a cores" ao chegarem na sede da Academia. A iniciativa foi desenvolvida pela empresa Euvatar Storyliving, especializada em tecnologias interativas.
No post, a ABL diz que o dispositivo incorpora não apenas os traços físicos de Machado de Assis, mas também sua "personalidade inconfundível". Nos comentários, porém, o público disse que a figura que é mostrada na tela deixou de lado uma das principais características físicas do escritor: ele era um homem preto.
"Machado de Assis era branco?", questionou um seguidor. "Machado de Assis era um homem negro. Esta imagem não condiz com ele. Além disso, esta voz não tem nada a ver com alguém nascido no Rio de Janeiro e já idoso. Corrijam isto logo", criticou outro.
As queixas continuaram no post, publicado no dia 6.
"Estamos em 2024 e a ABL ainda insiste na negação de que Machado de Assis era negro? Sério? E essa voz? E esse texto de coach? Pai amado, é muito erro junto", comentou mais um seguidor.
Em resposta às críticas, a ABL comentou no próprio post que a tonalidade mais clara da pele do avatar é resultado da iluminação no vídeo.
"Será um prazer recebê-los na sede da ABL, na cidade do Rio de Janeiro, para que possam conhecer a tecnologia de forma mais realista", escreveu a Academia Brasileira de Letras.
O Terra entrou em contato com a ABL, mas não teve retorno. O espaço segue aberto para manifestações.