Adolescente de 13 anos confirmada com coronavírus é aluna do colégio Bandeirantes
Escola diz que estudante não foi às aulas desde que voltou de viagem da Itália
SÃO PAULO - A adolescente de 13 anos confirmada com coronavírus é estudante do colégio Bandeirantes, na zona sul de São Paulo. A escola, uma das mais tradicionais da capital, enviou comunicado aos pais para tranquilizar sobre a situação. A estudante não frequentou as aulas desde que voltou de viagem da Itália.
A menina ainda não apresentou nenhum sintoma da doença e está sendo observada em casa.
O Brasil tem oito casos confirmados do novo coronavírus e já há transmissão local da doença, segundo balanço divulgado nesta quinta-feira, 5, pelo Ministério da Saúde. São seis em São Paulo, 1 no Rio de Janeiro e outro no Espírito Santo.
A confirmação do coronavírus na jovem foi feita pelo ministério na manhã desta quinta, depois de uma controvérsia em como classificar o caso, já que ela não apresentou os sintomas da doença. Depois de uma reunião com especialistas, o ministério decidiu considerar como confirmado, levando em conta quatro elementos: resultado do exame, local provável de infecção (a jovem esteve na Itália), possibilidade da medicação após tratamento de uma lesão ter mascarado os sintomas e possibilidade de ela ainda ter sintomas nos próximos dias.
Segundo Mauro Aguiar, diretor do Bandeirantes, a família retornou da Itália no domingo, 1º, e mesmo sem apresentar sintomas procurou atendimento médico no Hospital Beneficiência Portuguesa para realizar testes do coronavírus. As amostras coletadas foram encaminhadas ao Laboratório Fleury. Os exames dos pais e do irmão da jovem foram negativos. Apenas o dela foi positivo. "Os pais dela são médicos e foram muito prudentes em procurar um hospital assim que chegaram ao Brasil", contou.
"A família faz questão de reforçar que a filha só voltara às aulas quanto tiver alta e não houver mais nenhum risco de contágio", diz o comunicado enviado pela escola.
Na Itália, a jovem sofreu um acidente leve esquiando e precisou ser atendida em um hospital, onde a família suspeita que pode ter sido infectada. Como tomou medicamentos para a lesão, os médicos acreditam que eles possam ter mascarado os sintomas do coronavírus.
Segundo Aguiar, não há motivo de preocupação para os demais alunos já que a jovem está em casa e não frequentou a escola após a viagem. Ele disse que a decisão de enviar um comunicado aos pais foi para evitar pânico e não criar nenhum constrangimento à adolescente quando retornar ao colégio. "A maioria dos pais compreende bem a situação, os alunos também estão bem informados. Não acredito que haverá nenhum problema ou pânico. Estamos tranquilizando os pais e comunicando a situação com tranquilidade", disse.
Recomendação
Na semana passada, ao menos cinco colégios particulares de São Paulo enviaram comunicados aos pais e alunos recomendando quarentena em casos de famílias que voltaram de países atingidos pela doença ainda que não apresentassem nenhum sintoma do coronavírus. O pedido, no entanto, vai contra o que determina tanto o Ministério da Saúde quanto as secretarias estaduais.
O ministério e as secretarias não recomendam o isolamento ou quarentena de pessoas que não tenham apresentado sintomas ainda que tenham viajado para os países com surto da doença. O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson de Oliveira, disse nesta segunda-feira que em "nenhum momento" o governo orienta pessoas a não irem à escola ou trabalho em função da epidemia do novo coronavírus.
"Se voltou de viagem com local de coronavírus, por bom senso, precisamos ficar atentos a condição de saúde, reforçar hábitos de higiene, mas isso é para qualquer um. Caso apresente sintomas, procure unidade de saúde. Em nenhum momento estamos falando para pessoas não irem ao trabalho ou escola", disse o secretário.