Adotados por famílias diferentes, irmãos se reencontram por acaso em sala de aula
João Vitor e Gabriel, moradores de Indaiatuba, em São Paulo, vivem hoje em casas próximas e se encontram diariamente
Dois irmãos, João Vitor e Gabriel dos Santos da Silva, se reencontraram por acaso 10 anos após terem sido adotados por famílias diferentes em Indaiatuba, SP.
Dois irmãos de 15 e 17 anos se reencontraram por acaso, após 10 anos, em uma sala de aula. João Vitor e Gabriel dos Santos da Silva, de Indaiatuba, São Paulo, foram adotados por famílias diferentes e acabaram perdendo o contato. A história dos dois foi contada pela EPTV, emissora afiliada da TV Globo.
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Mais velho, Gabriel tinha cinco anos quando chegou ao orfanato e João Vitor tinha três. Ele se lembra que o caçula precisava de mais cuidados por ser mais novo e, por isso, ficava em uma área separada. Os dois acabaram sendo adotados rapidamente, mas tomaram rumos distintos.
Gabriel foi adotado por uma antiga madrinha. Ele conta que, na época, não entendia muito bem o que havia acontecido, e por muito tempo acreditou que a avó ou os pais ainda iriam buscá-lo.
Mas para João Vitor foi diferente. Adotado por uma família desconhecida, em julho de 2014, ele relembra que temia ser abandonado novamente e não se abria com os novos pais. "Eu era um menino rebelde, não aceitava regra. Até que eu fui aceitando tudo, e fui me apegando", conta à emissora.
Tentativa e reencontro
Quando completou 10 anos, Gabriel pediu para ir ao orfanato onde viveu para tentar reencontrar os irmãos --além de João Vitor, ele é irmão de Daniel e Maisa. A tentativa, porém, acabou frustrada e o menino não insistiu na procura.
Anos depois, os dois se reencontraram durante uma aula do Projeto Sonhar, programa mantido pelo Sesi em parceria com empresas privadas. Gabriel, que começou a trabalhar como eletricista de manutenção de eletroeletrônicos por causa do projeto, foi a uma turma contar sua experiência na profissão. E quem estava entre os estudantes era João Vitor.
"Quando ele entrou na sala, todo mundo começou a falar. Todo mundo mesmo, literalmente. Daí, começou a olhar para mim e para ele. E o povo começou a falar baixinho que a gente se parecia muito, muito mesmo”, lembra o caçula.
Foi o menor quem ficou com a dúvida instalada e foi buscar informações com o professor sobre o jovem. Eles confirmaram o parentesco e marcaram de se encontrar.
"Eu comecei a puxar assunto, para gente lembrar um pouquinho da nossa história, e saber o futuro", disse João. Os dois agora são vizinhos e convivem como irmãos.