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Brasileiros são 2º lugar em torneio internacional de Física

Jovens de 16 e 17 anos garantiram a maior pontuação já obtida pelo País e desbancaram campeões clássicos, como Suécia e Polônia

30 jul 2018 - 11h08
(atualizado às 17h14)
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Cinco alunos de 16 e 17 anos garantiram ao Brasil a melhor colocação já alcançada no Torneio Internacional de Jovens Físicos, conhecido como a "Copa do Mundo da Física". Os meninos garantiram a medalha de prata e a maior pontuação já obtida pelo País e ainda desbancaram campeões clássicos da competição, como Suíça, Polônia e Suécia.

"Por poucos pontos não conseguimos uma medalha de ouro. Esses jovens são super bem preparados e trouxeram uma conquista importante para o País. Causou até estranheza para os professores de outros países, que acham que o Brasil só se destaca pelo futebol", conta Ronaldo Fogo, professor responsável pelas aulas especiais de Física do colégio Objetivo.

Equipe brasileira alcançou neste ano a melhor pontuação já obtida pelo País
Equipe brasileira alcançou neste ano a melhor pontuação já obtida pelo País
Foto: Torneio Internacional de Física / Divulgação

A equipe brasileira contou com três representantes de São Paulo: Gabriel Trigo e Bruno Piazza, do colégio Etapa, e Guilhermo Costa, do colégio Objetivo. Também participaram o estudante Victor Barros, do colégio Ari de Sá, no Ceará, e Vinícius Névoa, do colégio Arena, de Goiás. Eles foram selecionados após a etapa nacional da competição.

O torneio tem um formato diferente das olimpíadas de conhecimento, já que os alunos conhecem os desafios meses antes da competição e precisam apresentar e defender a resolução a qual desenvolveram nos Physics Fights (lutas de física), uma espécie de debate no qual os outros competidores procuram falhas e fazem críticas ao trabalho. Toda a argumentação deve ser em inglês.

Para uma resolução bem consolidada, os alunos precisam pesquisar sobre o tema, fazer experimentos e até mesmo construir protótipos para comprovar a teoria. A exigência na competição é tanta que algumas das resoluções dos competidores já chegaram a ser publicadas em revistas científicas.

Costa, por exemplo, desenvolveu uma pesquisa para comprovar o fenômeno da levitação acústica - fazer um objeto levitar apenas com o som. "Foi um trabalho de meses, pedi assistência para um professor estrangeiro da USP que me ajudou a desenvolver o equipamento necessário", conta o aluno, de 16 anos.

Ele conta que adora realizar os experimentos, mas também gostou muito dos "fights". "É uma oportunidade de discutir os conceitos físicos. Normalmente, em uma prova, você só resolve o problema, não há espaço para essa discussão", diz.

A competição reconhece os vencedores pela soma das notas, eles são avaliados tanto pela apresentação, como quando estão como "oponentes", ou seja apontado as falhas de outras equipes. Receberam medalha de ouro os times de Cingapura, China, Coreia e Alemanha. O Brasil ficou em quinto lugar, com a mais alta pontuação entre os competidores que receberam a medalha de prata.

A conquista, além do reconhecimento pelo trabalho, representa para os meninos uma possibilidade a mais de conseguir ingressar em uma universidade de ponta no exterior. É o que espera Costa, que ainda não sabe qual curso cursar, mas gostaria de estudar no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). "São alunos que sempre gostaram de ciências, se encantaram pela possibilidade de pesquisar e querem ir para fora do País, onde sabem que essa área é valorizada. É uma pena que no Brasil eles não encontrem essa valorização", diz Fogo.

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