Análise: Opção pelo EAD é boa, mas não faz sentido criar padrão único
Aulas práticas não podem ser trocadas pelo ensino a distância e cada área do conhecimento depende de formas diferentes de conhecimentos práticos
A modalidade EAD faz sentido e pode colaborar muito com o aprendizado em algumas disciplinas, mas não em todas. Aulas práticas não podem ser trocadas pelo ensino a distância e cada área do conhecimento depende de formas diferentes de conhecimentos práticos, não é possível estabelecer um padrão único para as graduações, como 40%. Alguns cursos, como os de saúde, licenciaturas e engenharias, podem ter carga horária teórica menor do que esse porcentual estabelecido.
Em um curso de Matemática ou Direito em que a carga teórica é grande, as aulas a distância podem ser uma boa opção. Não porque reduz os custos ou por ser mais cômodo, mas por permitir outra metodologia de ensino. Mas em cursos muito práticos pode prejudicar a formação do profissional. Se a motivação do ministério é melhorar a qualidade do ensino e modernizar as aulas, não deveria ter um padrão único.
Além disso, não adianta só criar a regra e liberar a modalidade, mas é preciso investir para que as universidades possam de fato implementá-la com qualidade. O ensino a distância de qualidade exige investimento, não pode ser visto como uma forma de baratear os custos da educação.
*GIL DA COSTA MARQUES É PROFESSOR DO INSTITUTO DE FÍSICA DA USP E ESPECIALISTA EM ENSINO A DISTÂNCIA
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